A figura do coach, profissional que atua como treinador ou orientador na busca de metas pessoais ou profissionais, tem enfrentado desafios significativos no Brasil. Enquanto em países como os Estados Unidos e na Europa a profissão é valorizada, no Brasil o termo “coach” ganhou conotações pejorativas.
Para compreender melhor esse fenômeno, entrevistamos o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, Pós PhD em neurociências e diretor do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International. A universidade, que tem campi nos Estados Unidos, Sérvia e França, é parte do grupo Unilogos, que inclui também algumas instituições brasileiras.
Dr. Fabiano, através do seu Centro de Pesquisas, o CPAH, antecipou essa crise de credibilidade e desenvolveu cursos destinados a formar coaches qualificados. Conhecido pelo seu método “teacher coach” voltado para autodidatas e profissionais que buscam uma formação acelerada, ele ofereceu meios e métodos sobre a raiz do problema no Brasil.
“A questão reside nos próprios profissionais”, afirma Dr. Fabiano. “O Brasil enfrenta desafios educacionais significativos e muitos acabam optando por cursos rápidos de formação em coaching como alternativa. O fenômeno de ‘efeito manada’, onde muitos seguem um modelo de sucesso sem a devida preparação, contribui para que falhas individuais manchem a reputação da profissão como um todo.”
Na Europa, a profissão de coach, especialmente na área de personal trainer, é regulamentada e sujeita a normas estritas, o que contribui para a manutenção de um alto padrão. No Brasil, por outro lado, há brechas na regulamentação e o desejo de inovação sem uma base sólida frequentemente levam a falhas que comprometem a imagem dos coaches.
Dr. Fabiano também destacou o impacto das redes sociais, onde o Brasil se destaca como um dos maiores consumidores globais. “As fake news proliferam e contribuem para a descredibilidade de profissões que já são vistas com ceticismo devido ao conhecimento limitado de alguns profissionais”, ele explica.
Como resposta a essa problemática, Dr. Fabiano iniciou um diálogo com coaches e palestrantes motivacionais sobre a importância de cursos de formação. “Incentivo todos a buscar embasamento e atualização contínua para que possam oferecer serviços de qualidade e reconstruir a credibilidade da profissão”, conclui.
Esse movimento em direção à profissionalização e ao rigor acadêmico pode ser crucial para que o coaching no Brasil recupere sua credibilidade e se alinhe mais aos padrões internacionais, onde a profissão é não apenas respeitada, mas essencial.