Uma equipe de peritos visitou nesta quarta-feira o jazigo do ex-presidente João Goulart, no município de São Borja (RS) para preparar a exumação dos seus restos mortais com o objetivo de descobrir se ele foi assassinado. A exumação poderá ter um resultado não conclusivo pelo nível de decomposição da massa óssea, o que pode impedir de se chegar a um resultado definitivo.
Os técnicos vão analisar as características do túmulo e do cemitério, verificar se há necessidade de isolar a área próxima e identificar a estrutura existente para o transporte do material até o aeroporto. A medida permitirá aos peritos planejar a exumação, ainda sem data para ocorrer. Após o trabalho, os restos mortais dos ex-presidente serão transferidos para Brasília, onde serão examinados no Instituto Nacional de Criminalística da PF.
Fazem parte da equipe a Polícia Federal (PF), da Comissão Nacional da Verdade (CNV), da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) e do Ministério Público Federal, além dos técnicos brasileiros, participam do trabalho peritos argentinos, uruguaios e da Cruz Vermelha.
João Goulart morreu no exílio, no dia 6 de dezembro de 1976 em Mercedes, cidade do Norte da Argentina. A exumação faz parte de uma investigação para esclarecer se a causa da morte João Goulart foi mesmo um ataque cardíaco, conforme divulgaram na ocasião as autoridades do regime militar.
Parentes e amigos próximos do ex-presidente sustentam a tese de que a morte pode ter ocorrido em função da substituição de medicamentos rotineiros de Goulart, feita por agentes da repressão uruguaia. As investigações conduzidas pela CNV, apontam que o ex-presidente foi uma vítima da Operação Condor, montada pelas ditaduras militares do Brasil, da Argentina e do Uruguai para perseguir opositores.
Com informações de Agência Brasil