Golpe do falso advogado: o que é e como se prevenir?

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Golpe do advogado: o que é e como se prevenir?

O “golpe do falso advogado”, que consiste em golpistas usando dados públicos de processos para se passar por advogados e enganar clientes, tem ganhado repercussão.

O crime solicita pagamentos fraudulentos, como boletos falsos e transferências via PIX e, segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), mais de 400 denúncias da fraude já foram encaminhadas para o Departamento de Polícia Judiciária do Estado de São Paulo e para o  Ministério Público, com tendência a aumentar.

Segundo Rafael Goulart, diretor de tecnologia da Aurum e especialista em cibersegurança, os ciberataques têm se tornado cada vez mais constantes no setor jurídico. “Os criminosos estão utilizando técnicas cada vez mais sofisticadas, especialmente em áreas como ransomware, engenharia social e ataques direcionados a fraudes de pagamento”, explica.

Para o executivo, a probabilidade é que os ataques se tornem mais complexos, com cibercriminosos explorando a Inteligência Artificial e machine learning para criar golpes ainda mais personalizados e difíceis de detectar.

“Outra tendência relevante é o aumento da regulamentação de segurança e privacidade, como a LGPD, que exige atenção redobrada no setor jurídico em termos de governança de dados e conformidade”, reforça.

Para mitigar e prevenir riscos de cair no golpe, o executivo reuniu algumas medidas de segurança. Confira:

 

  • Utilizar criptografia e autenticação multifatorial

 

De acordo com o especialista, o ponto principal contra fraudes é garantir que a comunicação entre cliente e advogado seja protegida. “Habilitar a criptografia de ponta a ponta em aplicativos de mensagens é essencial para dificultar o acesso de criminosos às suas conversas e informações pessoais, aumentando a segurança”, explica o diretor da Aurum.

 

  • Optar por empresas que seguem a LGPD

 

Antes de compartilhar dados sensíveis com qualquer instituição, é essencial se certificar de que ela segue a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). “Empresas que adotam as boas práticas previstas pela lei contribuem para reduzir o risco de vazamento de informações que possam ser usadas de forma indevida”, alerta o especialista.

 

  • Investir em treinamento e política interna

 

Apostar em treinamentos de segurança digital para os colaboradores de uma empresa evita que dados sensíveis presentes no escritório vazem, podendo reduzir significativamente os riscos de fraudes. Segundo o executivo, é importante que o treinamento oriente os funcionários sobre como identificar e-mails ou mensagens fraudulentas, além de reforçar a importância de não compartilhar dados sensíveis sem verificação prévia.

 

  • Desconfiar de pedidos de transferência bancária

 

Uma das táticas mais comuns dos golpistas é solicitar transferências bancárias para “agilizar” o recebimento de valores judiciais. “É importante desconfiar imediatamente se a transferência for solicitada, visto que não é comum que os advogados peçam pagamentos dessa natureza para processos que já estão em andamento”, explica Goulart.

 

  • Entrar em contato diretamente com o advogado

 

Caso o cliente receba qualquer comunicação suspeita e desconfie de que alguém está se passando pelo seu advogado, a primeira ação deve ser buscar contato direto com o profissional responsável pelo processo. “A verificação direta evita que a pessoa caia em fraudes”, reforça o executivo.

Para o especialista, diante desse cenário, além de focar em medidas de segurança robustas, o setor jurídico deve observar a expansão de ameaças a plataformas de comunicação digital e tecnologias emergentes, como blockchain e contratos inteligentes. “Por mais que sejam seguras, podem abrir portas para novas vulnerabilidades”, finaliza.

 

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