Na noite desta terça-feira (27), o governo estadual de Minas Gerais decretou estado de emergência sanitária animal, após confirmação de gripe aviária em aves ornamentais, aquelas que são criadas sem objetivo de consumo, na cidade de Mateus Leme / MG. A gripe aviária não representa riscos à saúde humana por meio do consumo de carne de aves ou ovos, o risco existe apenas em casos de contato direto com aves doentes.

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O infectologista Dr. Klinger Soares Faíco Filho, professor da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), alerta para os riscos associados à gripe aviária, especialmente quando o vírus circula em ambientes com alta densidade de aves e contato frequente com humanos:

“Embora a transmissão para humanos ainda seja rara e ocorra, em geral, por contato direto com aves infectadas, a presença do H5N1 em granjas aumenta as chances de mutações, especialmente em ambientes de alta densidade animal e contato frequente com humanos. Ainda não há transmissão sustentada entre humanos, mas o vírus da influenza tem um histórico de mutações rápidas e rearranjos genéticos. Por isso, todo surto em ambiente produtivo deve ser tratado com seriedade, responsabilidade técnica e coordenação entre saúde humana, animal e ambiental, dentro da perspectiva de saúde única”, comentou o médico.

 

De acordo com o infectologista, na fase inicial o quadro clínico pode ser praticamente indistinguível. O que muda são os contextos, o vírus H5N1 costuma estar associada a contatos direto com o animal, surtos locais ou exposição ocupacional, e apresenta uma progressão mais agressiva, muitas vezes com evolução rápida para Síndrome Respiratória Aguda Grave, a SRAG. Este vírus costuma apresentar sintomas clássicos de síndrome gripal como febre, tosse, cefaléia, dor de garganta e mialgia.

Sumaré em alerta por gripe aviária

Gripe aviária; caso em Minas e Sumaré se prepara

Após a confirmação de um foco de gripe aviária em uma granja no estado do Rio Grande do Sul, a Vigilância em Saúde de Sumaré reforçou os protocolos de monitoramento e prevenção, mesmo sem registro da doença no município ou em São Paulo.

Segundo a diretora da Vigilância Sanitária de Sumaré, Denise Barja, a situação está sob controle, mas o momento exige atenção redobrada. “Não temos nenhum caso registrado em Sumaré ou no estado de SP, mas seguimos atentos e monitorando de perto, como forma de proteger a população e garantir a segurança alimentar”, afirmou.

Enquanto a fiscalização nas granjas é de responsabilidade federal, através do Ministério da Agricultura, a Vigilância Sanitária do município atua diretamente nos pontos de venda, como mercados, açougues e estabelecimentos que comercializam produtos de origem animal.

“Nosso trabalho é garantir que tudo esteja dentro das normas sanitárias, desde o armazenamento até a comercialização. Isso é essencial para que os alimentos cheguem ao consumidor em condições seguras”, completou Denise.

A gripe aviária é causada por uma variante agressiva do vírus influenza que atinge aves, especialmente em ambientes de criação. Apesar de rara em humanos, a doença acende um alerta pelo seu potencial impacto econômico e sanitário.

Autoridades de saúde reforçam que o consumo de carne de frango e ovos continua seguro, desde que os produtos sejam bem cozidos, seguindo as orientações habituais de preparo. Ainda assim, o momento é de atenção e cooperação entre todos os setores.

Em Sumaré, a Vigilância em Saúde mantém rotinas preventivas e está preparada para agir rapidamente diante de qualquer suspeita. A recomendação é que criadores, comerciantes e consumidores fiquem atentos a qualquer anormalidade. Em caso de dúvidas, a população pode acionar a Vigilância Sanitária pelo telefone ou aplicativo 156 de Sumaré.

Orientações para a população:

  • Evite contato com aves doentes ou mortas.
    Se encontrar alguma, acione a vigilância sanitária local.
  • Não toque em aves silvestres.
    Mesmo que pareçam saudáveis, elas podem carregar o vírus.
  • Não consuma aves ou ovos crus.
    Sempre cozinhe bem os alimentos de origem animal.
  • Use luvas e máscara ao lidar com aves.
    Especialmente em áreas rurais ou com criação doméstica.
  • Mantenha galinheiros limpos e isolados.
    Evite o acesso de aves silvestres aos animais criados em casa.
  • Lave bem as mãos após mexer com animais.
    Água e sabão são essenciais!
  • Evite feiras com venda de aves vivas.
    Aglomerações de animais aumentam o risco de contaminação.
  • Informe casos suspeitos imediatamente.
    Autoridades de saúde devem ser notificadas ao menor sinal.
  • Não alimente aves soltas em áreas urbanas.
    Isso atrai animais silvestres e pode facilitar a transmissão do vírus.
  • Fique atento aos sintomas.
    Febre, tosse e dificuldade para respirar após contato com aves exigem atenção médica urgente.

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