Setembro Amarelo: saúde mental materna precisa de atenção durante a jornada da fertilidade e no pós-parto
Especialista em reprodução humana, Dr. Vamberto Maia Filho, reforça que cuidar da mente é tão importante quanto cuidar do corpo na busca pela maternidade
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O Setembro Amarelo, campanha de prevenção ao suicídio, chama atenção para um tema que também atravessa a vida de muitas mulheres em fase de gestação ou na jornada para engravidar: a saúde mental. Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), até 13% das mulheres podem apresentar transtornos mentais durante a gravidez e o pós-parto, sendo a depressão um dos diagnósticos mais comuns.
No consultório de reprodução humana, a realidade não é diferente. A expectativa em torno da fertilidade pode desencadear quadros de ansiedade, tristeza profunda e até sentimentos de culpa. “As pacientes enfrentam uma verdadeira montanha-russa emocional. A espera em cada etapa, do diagnóstico ao teste de gravidez, é permeada por tensão e insegurança, o que exige acompanhamento atento e sensível”, explica o ginecologista e especialista em reprodução humana Dr. Vamberto Maia Filho.
Entre tentativas e expectativas
Estudos da FAPESP já apontam que cerca de 40% das pacientes em tratamento para infertilidade apresentam sintomas de ansiedade ou depressão, muitas vezes agravados pela quebra de expectativas em relação à maternidade. Para o Dr. Vamberto, parte essencial do cuidado está na transparência. “É papel do médico e da equipe esclarecer todas as etapas do tratamento para que as pacientes não criem expectativas irreais. A informação clara evita frustrações e contribui para reduzir o sofrimento emocional”, afirma.
O impacto do apoio
A jornada da maternidade, seja em um tratamento de fertilidade, seja no pós-parto, não deve ser enfrentada sozinha. O suporte do parceiro, da família e dos profissionais é decisivo.
“Quando parceiros e familiares agem como aliados, o impacto positivo é profundo. Eles ajudam a reduzir o estresse, fortalecem a autoestima da mulher e criam uma base sólida para que ela enfrente os desafios com mais segurança”, complementa o Dr. Vamberto.
Baby blues x depressão pós-parto
De acordo com a FEBRASGO, a chamada tristeza materna transitória, o baby blues, pode afetar grande parte das mulheres logo após o parto, com sintomas que duram até duas semanas. Já a depressão pós-parto é mais grave, persistente e pode se prolongar por até um ano, com risco de comprometer o vínculo mãe-bebê e até gerar pensamentos suicidas. Nesses casos, o acolhimento imediato e o tratamento especializado são indispensáveis.
Abordagem multidisciplinar
Para minimizar os impactos emocionais, especialistas reforçam a importância de incluir a saúde mental no pré-natal e no acompanhamento de tratamentos de fertilidade. Psicoterapia, grupos de apoio e, em alguns casos, tratamento medicamentoso supervisionado podem fazer toda a diferença. “Ter acompanhamento médico próximo, suporte psicológico e um espaço seguro para expressar sentimentos sem julgamentos é crucial para que a paciente se sinta acolhida e compreendida”, finaliza o Dr. Vamberto.
Sobre o Dr. Vamberto Maia Filho – Especialista em reprodução humana, oferece um atendimento personalizado e humanizado que combina expertise médica nos seus 20 anos de prática dedicada a infertilidade, com acolhimento aos casais que realizam tratamentos de fertilidade. Primeiro residente em reprodução humana do Brasil, participou da equipe que gerou o primeiro bebê por FIV (fertilização in vitro) do SUS, em Recife. Doutor pela UNIFESP e 11 anos dedicados ao ensino em ginecologia endócrina com ênfase em pesquisa científica pela mesma universidade. Autor do livro “Filhos, histórias inspiradoras”, que reúne relatos de mulheres na jornada em busca da maternidade.
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