Setembro é marcado pelo “Setembro Surdo”, mês dedicado à conscientização sobre a cultura e a comunidade surda e à importância da inclusão social e escolar. No Brasil, a data ganha destaque no dia 26, quando é celebrado o Dia Nacional do Surdo. Em Santa Bárbara d’Oeste, as escolas municipais intensificaram as atividades inclusivas com cartazes, informações e ações de valorização, reforçando um trabalho que é realizado ao longo de todo o ano por especialistas da Rede Municipal de Ensino. Atualmente, 19 alunos com deficiência auditiva estão matriculados na rede.
A presença do intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais) para surdos pode variar dependendo do nível de surdez, já que alguns têm maior dificuldade de comunicação e necessitam do recurso, enquanto outros conseguem se comunicar sem a assistência. Hoje, na Rede Municipal de Ensino, 10 alunos surdos contam com o apoio de um intérprete de Libras.
João Miguel Aguiari Santos é um dos alunos surdos que recebe o acompanhamento de um intérprete que o auxilia durante as aulas e no convívio escolar, garantindo acesso pleno à comunicação, conforme assegurado pela legislação.
Estudante da ADI “Euvaldo de Queiroz Dias”, no Jardim Esmeralda, João aprende o que a professora de sala de aula explica com o apoio do intérprete Eduardo Ribeiro de Abreu.
“Eu primeiro interpreto a língua de sinais, que é a primeira língua, atuo junto com a professora e depois ele aprende a língua portuguesa e os conteúdos. E na sala temos uma aula de Libras de 30 minutos, uma vez por semana, onde o João e eu ensinamos Libras a todos os alunos”, disse o intérprete.
Essas ações reforçam a importância do ensino inclusivo e da acessibilidade linguística, promovendo empatia, respeito à diversidade e fortalecimento da identidade surda. “A Libras dá autonomia, e o João evoluiu muito. Ele é uma criança muito risonha, curiosa e sociável. Nos divertimos muito juntos e ele teve um ganho na aprendizagem da matéria também”, concluiu Eduardo.
Atendimento
Além do intérprete, os alunos participam do Atendimento Educacional Especializado (AEE), da Secretaria Municipal de Educação, realizado por professora de educação especial especialista em deficiência auditiva. “Na sala de recursos, trabalho alfabetização por meio de jogos, linguagem, memória, raciocínio, funcionalidade motora, um momento que eles aproveitam bastante”, disse a professora Jane Fantacussi.
O AEE é itinerante e oferece suporte pedagógico individualizado, utilizando recursos visuais e tecnológicos, estimulando o desenvolvimento da Libras e orientando professores das salas comuns sobre práticas pedagógicas inclusivas. O acompanhamento também avalia a evolução escolar e favorece a autonomia e participação plena dos estudantes em todas as atividades.
“Percebemos, dia a dia, mais interesse de toda a comunidade, até famílias pedindo aulas de Libras. Essa troca que os alunos têm com os surdos em todos os ambientes da escola, a formação oferecida aos funcionários, as comunicações sobre o assunto, propagam o respeito, a comunicação, a inclusão e um mundo melhor”, concluiu a professora.
A Secretaria Municipal de Educação também realiza diversas iniciativas para conscientização e valorização da comunidade surda, incluindo formações para funcionários e intérpretes, painéis de visibilidade surda, palestras com ativistas da comunidade surda e vivências da prática em Libras para os estudantes.
Todas essas medidas estão alinhadas com a Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a Lei nº 10.436/2002 e o Decreto nº 5.626/2005, consolidando o compromisso do município com uma educação inclusiva, de qualidade e acessível a todos os alunos.