Crime na madrugada- Moradores do último quarteirão da Rua Abolição, no bairro Vila Santa Catarina, em Americana, foram acordados com barulhos de tiros por volta das 5h40 desta sexta-feira (24). O que poucos imaginavam era que uma discussão sobre término de relacionamento de um casal fosse terminar em tragédia. Ou, na nomenclatura atual, em um feminicídio.
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Rogério Augusto Cardoso, de 38 anos, foi até o imóvel nº 592 onde morava a ex-esposa, Gabriela Silva Simão, de 32, após 14 anos de relacionamento e término há apenas duas semanas, com a intenção de atacar a cunhada. O homem supostamente a culpava pelo fim do relacionamento e chegou com o intuito de eliminá-la. No entanto, Gabriela tentou defender a irmã e acabou sendo atingida pelos disparos.
Em seguida, Rogério tirou a própria vida dentro da casa. O criminoso ia ao local todas as manhãs, por volta das 8h, para buscar os filhos. Neste dia, no entanto, ele chegou mais cedo, por volta das 5h40. Segundo a Polícia Civil, o homem possuía duas armas de fogo e teria atirado primeiro com uma pistola, na direção da cunhada e da ex-companheira.
Imagens de câmeras acessadas por ávidos integrantes da imprensa mostram um entregador de pães que teria testemunhado o ocorrido do lado de fora do estabelecimento. Ele foi ouvido pela polícia. Por respeito à família, o Novo Momento optou por não expor a intimidade do casal.
Até onde vai o chamado ‘interesse público’ e o ‘interesse do público’? Expor a vida privada de uma família, com maiores de idade, ok. Mas e as crianças? Um menino de 7 anos e uma menina de 11 dormiam em cômodo no andar de cima, quando foram surpreendidos por uma cena de barbárie.
Menos ainda a intenção do homicida escrever três cartas, aos dois filhos e à família, para ‘justificar’ a atrocidade que planejara. Como se existisse a possibilidade de um dia eles compreenderem possíveis motivos para tamanho absurdo.

Explica o crime
Não iremos reportar possíveis ‘explicações’ para o cometimento de um crime bárbaro como este. O fato de não aceitar o fim de um relacionamento, por exemplo. Como se os familiares fossem ‘entender’ suas razões nessa loucura.
Tampouco descrever como uma suposta “razão lógica” o fato dele arquitetar o homicídio em função de ser mulher (feminicídio). O fato é que os moradores do entorno da Escola Estadual ‘João XXIII’ pouco conheciam o casal, que se mudara havia pouco tempo.
Apurações constatam, ainda, que o mesmo imóvel abrigara, antes, uma Auto Escola (Centro de Formação de Condutores) – CFC Diferente, conveniado com o Detran-sp (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo).
Menos ainda imaginavam que discussões tidas como ‘comuns’ se tornariam um terrível crime. O delegado da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Americana, Edson Antônio dos Santos, informou que o homem possuía um simulacro de arma de fogo em sua residência.
O que surpreende é que a situação seria de conhecimento da família da vítima, que imaginou que a imagem publicada em um simples status de WhatsApp fosse de uma réplica. Para além das apurações, o que se sabe é de pelo menos 12 cápsulas encontradas no local, de revólver e pistola calibre 38 e .380, respectivamente.
Relatos ouvidos pela reportagem do NM dão conta de que o homicida estaria relativamente ‘tranquilo’ nas vésperas do crime. Ou seja, uma suposta artimanha bastante planejada, que envolve escrever cartas aos filhos e ‘culpando’ a família da vítima pelo término do relacionamento.
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