Durante a primavera, aumenta a ocorrência do fenômeno natural conhecido como “enxameação” das abelhas e, consequentemente, a probabilidade de encontros destes insetos com humanos. Além de perigoso pode ser até fatal, especialmente em áreas urbanas, onde se concentra a maioria dos ataques.
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Nessa época de maior atividade dos enxames, a prevenção é a melhor forma de evitar acidentes. Embora a primavera no Brasil se estenda até 21 de dezembro, os cuidados devem ser mantidos ao longo de todo o ano.
A maior parte dos ataques de abelhas no Brasil ocorre nos centros urbanos, tendência que vem se consolidando nos últimos anos, de acordo com os dados do painel Epidemiológico online “Acidentes por Animais Peçonhentos”, disponibilizados pelo Ministério da Saúde (dados consolidados até 10 de outubro deste ano).
Conforme este levantamento, em 2025, 54,81% das notificações tinham sido registradas em áreas urbanas, proporção que vem crescendo gradualmente desde 2021, quando era de 53,33%, passando para 54,23% em 2022, 54,74% em 2023 e 54,83% em 2024. Entre 2015 e 2025, mais de 243,8 mil pessoas foram picadas por abelhas no país, e cerca de 42,5% das picadas aconteceram na região da cabeça. Apenas em 2025 foram registrados 76 óbitos em todo país.
O engenheiro agrônomo, professor e coordenador do Grupo de Estudos em Abelhas Nativas (GEDAN), da Faculdade Una Pouso Alegre, Wantuir Filipe, explica que, com o aumento na movimentação das abelhas no período, crescem as chances de ferroadas, especialmente se as abelhas se sentirem ameaçadas.
“Além disso, é também é a principal época de reprodução das colônias, quando ocorre a enxameação: uma parte da colmeia, incluindo uma nova rainha, sai para formar outra colônia. Durante esse processo, as abelhas podem se mostrar mais agitadas ou defensivas. Outro ponto importante é que pode ter enxames temporariamente sem abrigos, que podem se instalar em locais urbanos ou frequentados por pessoas”, explica o professor da Una Pouso Alegre, que integra o Ecossistema Ânima de ensino, no Sul de Minas.
Enxameação- 3 dicas para que estas ocorrências sejam evitadas:
1 – Evite “bater a mão” para espantar o inseto – Nesta época do ano, com a colônia em crescimento, as abelhas protegem mais o ninho. Se alguém se aproxima muito da colmeia (mesmo sem querer), elas podem atacar para se defender. Por outro lado, se uma abelha se aproximar, o ideal é manter a calma e não fazer movimentos bruscos, como tentar espantá-la com as mãos. Ela pode se sentir ameaçada e atacar. Isso também pode atrair outras abelhas próximas, aumentando o risco de múltiplas ferroadas. Além disso, o ato pode ferir o inseto, provocando sua reação defensiva.
2 – Menos cor e menos perfume (se possível) – “Evite usar roupas coloridas e perfumes fortes em áreas abertas, pois atraem abelhas. Mantenha alimentos e bebidas doces cobertos ao ar livre. Em casa, vistorie telhados e buracos onde colmeias podem se formar e chame profissionais para removê-las”, ensina. Caso uma abelha pouse sobre o corpo, aguarde ela sair sozinha ou afaste-a suavemente. Se perceber zumbidos intensos ou um grupo de abelhas voando ao redor, afaste-se em linha reta, cobrindo principalmente o rosto. “Não mergulhe na água, pois elas podem continuar esperando por você”, alerta o professor.
3 – Coragem, retire o ferrão – Retire o ferrão com cuidado, lave o local com água e sabão e aplique compressa fria. Procure atendimento médico se houver sinais de reação alérgica, como inchaço generalizado, dificuldade para respirar ou tontura. Mesmo quando não há sinais graves, alguns grupos devem receber atenção especial: crianças pequenas, idosos, pessoas com histórico de alergia a picadas de insetos, vítimas de múltiplas ferroadas (como em ataques de enxame) ou picadas em regiões sensíveis como rosto, pescoço, olhos ou boca.
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Crédito das imagens: Pexels.com
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