(Reuters) – O acordo dos governos brasileiro e dos Estados Unidos para comércio de carne bovina in natura, consolidado nesta segunda-feira em evento no Palácio do Planalto, favorecerá as exportações do Brasil e ajudará na abertura de novos mercados para o país, o maior exportador global do produto, disseram autoridades.
“Muito mais do que a possibilidade de mandar milhares de toneladas para os Estados Unidos, é a chance de vendermos também para outros países”, declarou o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, durante o evento.
Os embarques aos EUA devem ter início em setembro, segundo a Associação das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) em nota.
Segundo o ministro, com o acordo nesta segunda-feira –que envolveu a troca de documentos entre os dois países sobre equivalência de controles de carne bovina– o Brasil poderá agora negociar carne bovina in natura para exigentes destinos, como Japão, Coreia do Sul, Canadá e México, que usam o padrão norte-americano de sanidade.
“Isso faz com que o Brasil seja reconhecido não só pelos Estados Unidos, mas boa parte do mercado internacional se abre a partir deste momento. A partir do momento que temos este status resolvido, outros países virão.”
O Brasil já vende carne industrializada para os EUA (maior importador do produto brasileiro), mas não cortes in natura, com maior potencial de alavancar o comércio. Os norte-americanos são os maiores consumidores globais da carne.
Anteriormente, o Ministério da Agricultura havia estimado que o acordo com os EUA, que vem sendo negociado há vários governos, poderá incrementar as exportações brasileiras em 900 milhões de dólares por ano, mas sem detalhar prazos ou especificar se esse montante inclui negócios indiretos.