Dilma foi eleita na esteira da maior popularidade de um governante em período democrático no Brasil.
Eram os 80% de aprovação de Lula mais um pacote de projetos bem sucedidos- ProUni, Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família e Luz Para Todos.
No começo do mandato, a presidente buscava um norte, um modelo de governo- que fosse autêntico. Pairava sobre ela a sombra do mito Lula. Ele voltaria em 2014?
A primeira metade foi marcada pela ‘faxina ética’ com a demissão de ministros que caíam em desgraça na mídia- do PMDB e do PR.
Daí veio junho de 2013, e o que era incerto se tornou uma biruta. As demandas surgiram à esquerda (transporte público) com lampejos de demandas à direita (fim da corrupção ou eficiência-redução do Estado).
O adversário final de 2014 e a propaganda petista fizeram com que a vitória viesse em 2014, mas a agenda não veio.
Melhor, veio uma tentativa, a do Pátria Educadora, que ficou no caminho com o professor ministro modelo Renato Janine Ribeiro.
As medidas econômicas, pior do que os problemas fiscais, eram confusas e não tinham sequência.
A sociedade, além da direita, pedia redução dos gastos- a crise nos obriga a sacrifícios- e o governo não reagiu. Pior, pediu que a sociedade ‘pagasse’ a dívida com mais impostos.
Sem agenda do Governo, a sociedade pôs a sua- Tirar a presidente.
Claro que os grupos que queriam ver Dilma fora do Planalto puseram em marcha todo seu arsenal para fazer acontecer o ‘sonho’ da classe média e da massa que pena com a crise.
Enfim, Temer assume e os investidores nacionais devem, a todo custo, bancar o projeto de um Brasil ‘pós PT’. Correm o risco de fracassar, mas têm hoje mais chance de sucesso.
Afinal, a base comparativa (econômica) é muito favorável ao novo governo.