A Cia A DitaCuja, grupo teatral de Ribeirão Preto, realiza atividades gratuitas em Americana
Além de apresentar o espetáculo “A Garota que guiava trens, no de repente de uma tragédia sem tamanho” no dia 17/03 às 19 horas na Fabrica das Artes, o grupo também realiza uma oficina voltada ao trabalho com bonecos em cena.
Criado a partir de histórias recolhidas durante uma viagem da Cia. A DitaCuja ao longo de uma das últimas linhas férreas do Brasil a manter o transporte diário de passageiros — a Estrada de Ferro Vitória a Minas —, o espetáculo traz à tona a relação das cidades e seus moradores com o impacto provocado pelas grandes empresas da região, tanto no seu desenvolvimento quanto na história recente do Rio Doce e os acidentes ambientais que mudaram não só a paisagem, mas as cidades do entorno.
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Na obra, uma jovem maquinista de trem segue a profissão “herdada” de várias gerações de mulheres da família e se questiona sobre os trilhos do seu destino enquanto segue sua rotina, encontrando figuras marcantes pelo caminho. Um acontecimento inesperado, no entanto, muda o curso da sua história e de todos pelo caminho.
Espetáculo crítico, “A Garota que guiava trens, no de repente de uma tragédia sem tamanho” convida todos à reflexão. “Abordar temas críticos num espetáculo teatral é extremamente agregador, faz diferença, principalmente para a juventude, ainda em processo de formação intelectual, vivendo o momento de começar a olhar para o contexto social em que está inserido. Quem desenvolve a habilidade de filtrar o que recebe de fora, a partir de uma ótica mais humanista, com princípios éticos e de diversidade, torna-se capaz de posicionar-se ante à vida em sociedade e protagonizar sua própria história. Esse é o papel do teatro, esse é o nosso trabalho”, diz a atriz e dramaturga Monalisa Machado.
Integram o elenco também: Michelle Maria, Rafa Touso, Monalisa Machado e Tânia Alonso, que também assina a direção junto com Flávio Racy. A trilha sonora foi criada por Guilherme A.B.C. Ishie, os figurinos são assinados por Zezé Cherubini e a cenografia e desenho de luz são criação de Flávio Racy. A produção executiva é de Bárbara Monsignore e Flávio Racy, assessoria de imprensa e redes de Michelle Maria e Tatiana Constantini, produção geral de Subverta Ateliê de Criação, Produção e Comunicação e apoio e produção local de Fundação Cultural Cassiano Ricardo, Prefeitura Municipal de São José dos Campos e Teatro Marcelo Denny.
As atividades serão realizadas gratuitamente por meio de premiação no Edital Proac 2023 – Circulação de Espetáculos Teatrais do Governo do Estado de São Paulo e Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e estarão presentes em nove cidades do interior paulista.
A PESQUISA
A montagem foi teve início com uma viagem ao longo de uma das últimas linhas férreas do Brasil a manter o transporte diário de passageiros, a Estrada de Ferro Vitória a Minas, que conduz cerca de 3 mil passageiros por dia ao longo do Rio Doce em Minas Gerais e Espírito Santo.
O objetivo dessa viagem foi ouvir e colher histórias ao longo do caminho de ferro. Os municípios visitados durante a viagem para a pesquisa de campo foram: Belo Horizonte – MG; Periquito – MG; Conselheiro Pena – MG; Barão de Cocais – MG; Timóteo – MG; Baixo Guandu – ES e Vitória – ES, cada qual com sua particularidade em termos históricos, geográficos, culturais e econômicos. Em cada cidade, os atores do projeto, que também são contadores de histórias, realizaram encontros com os moradores da cidade, recolhendo histórias, encontrando personagens e buscando inspirações a partir das suas relações com a ferrovia.
A pesquisa de campo trouxe à tona a relação das cidades e seus moradores com o impacto provocado pelas grandes empresas da região tanto no seu desenvolvimento quanto na história recente do Rio Doce e os acidentes ambientais que mudaram a paisagem do seu entorno e das cidades que seguem seu caminho, estabelecendo o eixo condutor da obra, uma tragédia sem tamanho que acontece ao longo do caminho da protagonista, uma maquinista de trem que é retirada de sua rotina e acaba mudando a sua visão de mundo.
CIA A DITACUJA E OS BONECOS HÍBRIDOS
Em seus mais de 17 anos de atividade, a Cia A DitaCuja sempre criou espetáculos a partir de pesquisas temáticas, de linguagens e dramaturgia própria, baseadas em processos criativos que deram origem a obras infantis, adultas, de ocupação, de palhaçaria e para a rua.
Simultaneamente, o grupo desenvolve pesquisas em performance e teatro de animação, a partir do teatro lambe-lambe, teatro de sombras e agora também com o boneco híbrido, utilizado no espetáculo.
Nesta técnica teatral, o ator é manipulador de um boneco que se mistura ao seu próprio corpo — em um ato de simbiose — dando forma à performance com elementos de ambos misturados. No jogo do espetáculo, boneco e elenco misturam-se em um hibridismo que começa no corpo e transcende percepções.
BONECANDO – INTRODUÇÃO AO TEATRO DE ANIMAÇÃO
Além da apresentação, o grupo também realiza a oficina “Bonecando – Introdução ao teatro de animação”, destinada a interessados em geral e praticantes das artes cênicas e que tem por objetivo, proporcionar uma experiência no universo do teatro de animação.
A partir de exercícios práticos os participantes terão contato com as técnicas bases para manipulação de bonecos e criação de cenas de teatro de animação. A oficina foi idealizada a partir da própria vivência do grupo com exercícios e jogos praticados em sala de ensaio.
A oficina acontecerá na Fabrica das Artes, das 14h as 16hs.
Vagas: 20 primeiros participantes a partir de 12 anos.
A Fabrica das Artes fica na Rua Dr. Cícero Jones, 146
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