Artigo- O Velho e o Novo

Política crítica,

Artigo- O Velho e o Novo

4 de janeiro de 2014

In memória
Nos idos dos anos oitenta conheci Dr. Tebaldi. Minha primeira impressão a seu respeito revelava que tínhamos algo em comum. Ele se apresentava a sociedade como vítima… um eterno perseguido por forças contrárias aos legítimos interesses do povo. Essa gente devotava-lhe extrema consideração e muitos o amavam de verdade. No meu caso, a incompreensão e a discriminação era para mim um martírio e a aproximação do povo dava-nos um certo alento. Assim, nos sentiamos mais fortes pois, outros tantos iguais a nós não tinham essa garra de lutar pelas coisas um tanto que alheias, mas que estavam no intímo daquela gente mergulhada no trabalho e na servidão que impunham a hierarquia das fábricas e das ruas áqueles milhares de despossuídos!Sim, num certo dia, depois de inúmeros fracassos, nos encontramos e cedo nos tornamos amigos. Suas palavras me trazia esperanças e muitos a sua volta possuiam uma vibração espetacular quando ele com muita propriedade interpretava as preocupações e as alegrias do povo. Ele com seu jeito, um tanto que caipira, contagiava as pessoas, inclusive aquelas que inicialmente não concordavam com suas idéias ou com suas propostas, tidas como comunistas naquela época.Tebaldi tinha o dom de entrar nos sonhos e desejos das pessoas. Com poucas palavras, como por encanto, dezenas, centenas de pessoas passavam a apoiá-lo pois: ¨ ele defendia as causas dos mais fracos; ele tocava no coração das pessoas que nada tinham¨… mas que através dele poderiam ter. Era ele quem melhor compreendia suas dores e suas necessidades mais urgentes!?Tebaldi era o líder do momento, em que a ditadura o teria deixado um tanto que louco mas, ao mesmo tempo, para muitos ele era o ¨ Pai dos pobres¨. E assim, as massas (carente e sofrida) esperava dele como se esperava  de um deus. Tebaldi naqueles tempos representava aspirações, sonhos, amor e ódio… verdades e mentiras!Há! Ali estava um homem do qual eu deveria me aproximar – ele não marginalizava ninguém. E mais ainda, não havia adversário que poderia enfrentá-lo  e ele tinha o dom de se fazer seguir.Contudo, não foi necessário muito tempo para que pudéssemos compreender que as coisas não eram bem assim. Tebaldi  não era apenas o cidadão mas, sobretudo Tebaldi era o político. Então, o que aconteceu com a maioria das pessoas que nele depositaram alguma confiança? Foi analisar erradamente, subestimar não o homem com suas fraquezas mas o político com suas artimanhas. Com seus adjetivos mais tacanhos a exemplo do engôdo, da submissão, do casuísmo, do abuso do poder, das confabulações, da falta de escrúpulos, da transgressão das leis, da traição, da injúria, da cordialidade e favorecimento para com os poderosos, dos escândalos corriqueiros, da injustiça contra os legítimos direitos dos trabalhadores, da manipulação, do nepotismo, da confidência dos covardes e puxa-sacos: promotores das injustiças, da intolerância,  da dependência que impedia a denúncia do uso criminoso da máquina, da negociata, da falcatrua, da corrupção!… E da consequente punição dos responsáveis.Alguns desses adjetivos foram herança do populismo no qual Tebaldi aderiu ao longo de sua carreira. Compromisso com o povo ou compromisso com ele mesmo? Impressionante. Decepções e ilusões parece que caminham juntas. Foram muitos os homens públicos – para não dizer políticos, que conviveram com o Dr. Tebaldi e todos, com algumas exceções, ao longo do tempo foram enxotados por esse homem justo e honesto. Mais impressionante, é que outros ainda insistem em seguir esse ilustre jogador.Nos dias  de hoje, sabemos que aqueles que  pretendem  seguir seus passos são somente seus  ex-confidentes e os que apostam na barganha ou no interesse meramente pessoal. Aqueles que no passado o contrariaram foram excomungados. Boatos e delação fizera dele um governo temeroso e ao mesmo tempo fragmentado na luta avassaladora de quem deveria melhor representá-lo, já que muitos ambicionavam seu espólio, forjado no autoritarismo e na solidão de quem  a muito caminhava para o fim!!! PAULO  CESAR CASSIN

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4 de janeiro de 2014

In memória
Nos idos dos anos oitenta conheci Dr. Tebaldi. Minha primeira impressão a seu respeito revelava que tínhamos algo em comum. Ele se apresentava a sociedade como vítima… um eterno perseguido por forças contrárias aos legítimos interesses do povo. Essa gente devotava-lhe extrema consideração e muitos o amavam de verdade. No meu caso, a incompreensão e a discriminação era para mim um martírio e a aproximação do povo dava-nos um certo alento. Assim, nos sentiamos mais fortes pois, outros tantos iguais a nós não tinham essa garra de lutar pelas coisas um tanto que alheias, mas que estavam no intímo daquela gente mergulhada no trabalho e na servidão que impunham a hierarquia das fábricas e das ruas áqueles milhares de despossuídos!Sim, num certo dia, depois de inúmeros fracassos, nos encontramos e cedo nos tornamos amigos. Suas palavras me trazia esperanças e muitos a sua volta possuiam uma vibração espetacular quando ele com muita propriedade interpretava as preocupações e as alegrias do povo. Ele com seu jeito, um tanto que caipira, contagiava as pessoas, inclusive aquelas que inicialmente não concordavam com suas idéias ou com suas propostas, tidas como comunistas naquela época.Tebaldi tinha o dom de entrar nos sonhos e desejos das pessoas. Com poucas palavras, como por encanto, dezenas, centenas de pessoas passavam a apoiá-lo pois: ¨ ele defendia as causas dos mais fracos; ele tocava no coração das pessoas que nada tinham¨… mas que através dele poderiam ter. Era ele quem melhor compreendia suas dores e suas necessidades mais urgentes!?Tebaldi era o líder do momento, em que a ditadura o teria deixado um tanto que louco mas, ao mesmo tempo, para muitos ele era o ¨ Pai dos pobres¨. E assim, as massas (carente e sofrida) esperava dele como se esperava  de um deus. Tebaldi naqueles tempos representava aspirações, sonhos, amor e ódio… verdades e mentiras!Há! Ali estava um homem do qual eu deveria me aproximar – ele não marginalizava ninguém. E mais ainda, não havia adversário que poderia enfrentá-lo  e ele tinha o dom de se fazer seguir.Contudo, não foi necessário muito tempo para que pudéssemos compreender que as coisas não eram bem assim. Tebaldi  não era apenas o cidadão mas, sobretudo Tebaldi era o político. Então, o que aconteceu com a maioria das pessoas que nele depositaram alguma confiança? Foi analisar erradamente, subestimar não o homem com suas fraquezas mas o político com suas artimanhas. Com seus adjetivos mais tacanhos a exemplo do engôdo, da submissão, do casuísmo, do abuso do poder, das confabulações, da falta de escrúpulos, da transgressão das leis, da traição, da injúria, da cordialidade e favorecimento para com os poderosos, dos escândalos corriqueiros, da injustiça contra os legítimos direitos dos trabalhadores, da manipulação, do nepotismo, da confidência dos covardes e puxa-sacos: promotores das injustiças, da intolerância,  da dependência que impedia a denúncia do uso criminoso da máquina, da negociata, da falcatrua, da corrupção!… E da consequente punição dos responsáveis.Alguns desses adjetivos foram herança do populismo no qual Tebaldi aderiu ao longo de sua carreira. Compromisso com o povo ou compromisso com ele mesmo? Impressionante. Decepções e ilusões parece que caminham juntas. Foram muitos os homens públicos – para não dizer políticos, que conviveram com o Dr. Tebaldi e todos, com algumas exceções, ao longo do tempo foram enxotados por esse homem justo e honesto. Mais impressionante, é que outros ainda insistem em seguir esse ilustre jogador.Nos dias  de hoje, sabemos que aqueles que  pretendem  seguir seus passos são somente seus  ex-confidentes e os que apostam na barganha ou no interesse meramente pessoal. Aqueles que no passado o contrariaram foram excomungados. Boatos e delação fizera dele um governo temeroso e ao mesmo tempo fragmentado na luta avassaladora de quem deveria melhor representá-lo, já que muitos ambicionavam seu espólio, forjado no autoritarismo e na solidão de quem  a muito caminhava para o fim!!! PAULO  CESAR CASSIN

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