A ampliação da margem de empréstimo consignado para aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) criou um clima de euforia no mercado de crédito. A medida, que também beneficia cidadãos que recebem benefícios assistenciais como o BPC (Benefício de Prestação Continuada) ou que participem do programa Auxílio Brasil, era aguardada com expectativa pelo setor.
“O crédito consignado tem os menores juros do mercado e neste momento de crise econômica que o Brasil atravessa garantir o acesso ao crédito com juros mais baixos é fundamental para socorrer as famílias e estimular as atividades econômicas”, avalia Yasmin Melo, CEO da Phyllon, startup financeira voltada para os correspondentes bancários.
De acordo com a estimativa do governo federal, mais de 50 milhões de brasileiros devem ser beneficiados com a liberação de cerca de R$ 77 bilhões em empréstimos consignados. Com a volta da margem adicional de 5%, até 40% do benefício poderá ser comprometido com empréstimo consignado.
Para Yasmin, a ampliação da margem vai permitir que aposentados endividados com cartão de crédito, cheque especial ou empréstimo pessoal troquem suas dívidas pelo empréstimo consignado, que tem os menores juros. “O crédito também é importante para quem tem um negócio próprio e precisa investir em mercadorias e capital de giro”, comenta.
O aumento da margem também foi recebido com entusiasmo pelas empresas de crédito e operadoras financeiras. O Brasil tem cerca de 1,5 milhão de correspondentes bancários, responsáveis por mais de 50% do crédito consignado no Brasil. “É um setor importante para a economia do país. Gera renda, emprego e leva os serviços bancários a muitos lugares do país que não contam com bancos”, afirma Yasmin. Nos últimos meses, a categoria se mobilizou e realizou diversas ações para pressionar as autoridades a aumentar a margem do consignado.