Bill Gates, fundador da Microsoft, estava de mãos ocupadas quando subiu ao palco durante um evento em Pequim, China, nesta terça (06): portava pote com fezes humanas. O objeto fez parte do seu discurso na exposição Vaso Sanitário Reinventado, evento para apresentar tecnologias que podem evitar a propagação de doenças. A Fundação Bill & Melinda Gates já gastou mais de US$ 200 milhões em pesquisas nessa área, nos últimos sete anos.
O pote de fezes poderia conter “nada menos que 200 trilhões de rotavírus, 20 bilhões de bactéria Shigella e 100 mil ovos de vermes parasitas”, alertou Gates. “Eu preciso admitir: uma década atrás, eu não poderia imaginar que um dia saberia tanta coisa sobre cocô”, brincou Bill Gates, na conferência. “Nunca pensei que a Melinda precisaria me pedir para parar de falar sobre vasos sanitários e dejetos fecais na mesa de jantar.”
Gates abriu o evento de três dias na China – onde o líder Xi Jinping tornou a chamada “revolução do banheiro” uma prioridade política. “A questão não é se podemos reinventar o vaso e os sistemas sanitários”, falou Gates. “A questão é quão rapidamente essa nova categoria de soluções de ponta será utilizada em larga escala”.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 2,3 bilhões de pessoas ao redor do mundo ainda não têm acesso a instalações sanitárias básicas. Isso pode provocar doenças como cólera, diarreia e disenteria, que matam centenas de milhares de pessoas a cada ano.
A Fundação Gates espera que os novos banheiros sejam implementados em escolas e edifícios residenciais, até que os custos caiam e se tornem acessíveis em residências individuais. “Você está economizando gastos com água e produtos de processamento (do esgoto). Mas nós ainda temos de reduzir o preço em cerca de 10 vezes – isso não é atípico para mercados de novos produtos”.