O horário de verão traz benefícios para a economia do país, a sociedade e a saúde das pessoas, aponta pesquisa do Reclame AQUI em parceria com a Abrasel.
Foram 3.000 respostas à consulta, realizada no site do Reclame AQUI (para essa amostra há uma margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou menos considerando um nível de confiança de 95%).
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A maioria se mostrou propensa à volta do horário de verão: 54,9% disseram que são favoráveis ao adiantamento dos relógios. Destes, 41,8% disseram que são totalmente favoráveis e 13,1% são parcialmente favoráveis. Para 16,9% a mudança é indiferente. Outros 25,8% se mostraram totalmente contrários, e 2,2% dizem ser parcialmente contra a volta.
Nas regiões do Brasil onde o horário de verão era historicamente adotado (Sul, Sudeste e Centro-Oeste), a volta da mudança nos relógios ganha ainda mais apoio.
O índice dos que se dizem a favor chega a 56,1% no Sudeste (43,1% totalmente favoráveis e 13% parcialmente favoráveis) e a 60,6% no Sul (52,3% totalmente favoráveis e 8,3% parcialmente favoráveis).
No Centro-Oeste a adesão é um pouco menor, de 40,9% (29,1% totalmente favoráveis e 11,8% parcialmente a favor). No total das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste (onde havia horário de verão até 2019), 55,74% são a favor da volta.
Edu Neves, CEO e cofundador do Reclame AQUI, entende que a percepção em relação ao horário de verão pode estar sendo mais positiva do que negativa por uma possível mudança de comportamento da população.
“É perceptível que não há alta preocupação da população com a questão de saúde nem a adequação a um novo ritmo de horário para acordar e dormir, muito compensado pelo nível de satisfação de ter mais luz, um dia claro, mais longo para praticar esportes e socializar, por exemplo. Emocionalmente, o consumidor tem dado mais valor a esse tempo de qualidade do que talvez no passado. Numa interpretação livre, a própria estrutura de home office, de modelo híbrido de trabalho que muitas empresas adotaram nas grandes cidades, tem amenizado esse nível de esforço de deslocamento — logicamente que não é uma rotina de toda a sociedade — mas o pós-pandemia e a mudança de comportamento no emprego pode ter trazido essa percepção mais positiva. E isso pode estar refletindo também na percepção de segurança”, analisa Neves.
Já em relação à economia de energia, Neves entende que a pesquisa mostra que essa questão é vista de forma relativa. Apesar de considerarem que há uma certa economia, não parece ser o foco primário.
Para 43,6% dos consultados, o horário de verão ajuda a economizar energia elétrica e outros recursos. Para 39,9%, a mudança não traz economia, e 16,4% disseram que não sabem ou não têm certeza. A região Sul também é a que tem a maior parte da população com a percepção de que o adiantamento dos relógios ajuda a economizar recursos, com 47,7%. Quanto aos benefícios para a economia, a maioria entende que a mudança traz vantagens: 51,7% apontaram que o horário de verão é benéfico para o comércio e serviços, como lojas, bares e restaurantes. Outros 32,7% não veem vantagem no quesito e 15,4% não sabem/não têm certeza.
Segundo o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, a pesquisa deixa claro que a maioria da população percebe uma melhora na economia durante o horário de verão: “O tempo de luz natural a mais no começo da noite faz com que as ruas fiquem mais atrativas, trazendo vigor para o comércio. O movimento nos bares e restaurantes também cresce. A pesquisa mostrou que 43,7% das pessoas se sentem mais dispostas a sair de casa e socializar durante o horário de verão, contra apenas 20,5% que se dizem menos dispostos. Por isso, estimamos um aumento de até 15% no faturamento com a mudança dos relógios, de forma que temos mais recursos circulando na economia, mais geração de empregos e a sociedade como um todo sai ganhando”, explica Solmucci.
A Abrasel enviou nesta segunda-feira (16) uma carta ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, com argumentos favoráveis à volta do horário de verão. A pesquisa realizada no site Reclame AQUI foi anexada à carta.
Ainda segundo o levantamento, para 41,7%, a cidade onde mora fica mais atrativa para o turismo quando o horário de verão está vigente. Apenas 9,4% disseram que fica menos atrativa, enquanto 43,6% não sentem diferença e 5,3% não sabem/não têm certeza. A pesquisa também mediu a sensação de segurança trazida pela mudança no relógio, considerando o horário de saída para o trabalho. Mais de um terço (35,2%) se sentem mais seguros com a mudança, enquanto 19,5% se dizem menos seguros. Para 41,9% a mudança não traz influência e 3,4% não souberam responder.
Influência na saúde do horário de verão
A pesquisa do Reclame AQUI e Abrasel mostra também que o horário de verão traz uma percepção de melhoria na saúde para a maioria das pessoas que dizem sentir diferença com a mudança: 36,1% indicaram que ele influencia positivamente na saúde, contra 22,8% que dizem sentir efeitos negativos. Para 35,5% não há diferença e 5,6% não souberam opinar. O lazer (ligado ao bem-estar físico e mental) também sai beneficiado. Quase metade, 47,9%, afirmam ter mais tempo para o lazer quando a mudança nos relógios está em vigor, contra 39,6% que não veem diferença. Outros 8,4% não costumam realizar atividades de lazer e 4,1% não sabem ou não têm certeza.
A realização de atividades físicas também é beneficiada com a mudança. Para 46,1% o horário de verão traz mais disposição para a prática de exercícios físicos. Outros 36,7% não veem influência, enquanto 13,3% não praticam atividade física e 3,9% não souberam responder. No Sul do país, chega a 55,5% o número de pessoas que se dizem mais dispostas a fazer exercícios físicos nos meses de mudança de horário.
“O que fica muito claro com esta pesquisa é que as pessoas enxergam muitas vantagens com a volta do horário de verão, além da economia de energia e de recursos naturais”, diz Paulo Solmucci. “Lógico que qualquer economia, mesmo que pequena, é bem-vinda. Mas o impacto benéfico acontece também no comércio, no turismo, na saúde, na segurança pública, em diversas outras áreas. Não à toa, a mudança nos relógios é adotada em 70 países do mundo”, completa o presidente da Abrasel.
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