Em 2014, os brasileiros gastaram pouco mais de R$ 22 bilhões com calçados, sendo as mulheres responsáveis por R$ 12 bilhões, enquanto os homens desembolsaram R$ 10 bilhões. Os dados fazem parte de estudo realizado pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) e foram estimados com base em informações da Pesquisa de Orçamento Familiares (POF), do IBGE.
O estudo revela uma quebra de paradigma em relação ao valor gasto pelas mulheres. ???Elas, de fato, consomem mais que os homens, mas a diferença é de apenas 20%???, destaca Vitor Fernandes, presidente do Sincomercio (Sindicato dos Lojistas de Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara d???Oeste). Adicionalmente, as diferenças se concentram no tipo de calçado e na classe de renda mais elevada. Quando dividido por renda, o estudo aponta que é na classe A que há a maior discrepância: apesar de representar apenas 4% da população, essa parcela de famílias responde por 19% do consumo de calçados femininos, sendo que as mulheres gastam 107% a mais com calçados do que os homens, de modo que o estereótipo de gastos com sapatos pelas mulheres provavelmente deriva do comportamento identificado no grupo de renda mais elevada. No sentido oposto, a classe E é a única faixa de renda cujo cenário contrapõe o senso comum. As mulheres gastam 4% a menos com calçados do que os homens, que despendem 50% de tudo o que gastam com calçados em tênis. Com base no gasto de todas as classes, os homens compram R$ 6 bilhões em tênis e apenas R$ 4 bilhões em outros calçados. Já as mulheres despendem apenas R$ 2,5 bilhões com tênis e quase R$ 10 bilhões em outros calçados. ???Essa tendência de consumo pode ser um termômetro para o comércio varejista adaptar e direcionar melhor seus produtos para homens e mulheres???, sugere Fernandes.