O relatório da casa de análise americana, Grizzly Research, afirmando que os resultados positivos da XP Investimentos são inconsistentes e dependem de um esquema que envolve os fundos Gladius FIM CP IE e Coliseu FIM CP IE, pode favorecer centenas de investidores brasileiros que reclamam na Justiça perdas em operações contra a corretora. São casos em que, ao seguirem as recomendações para compra de COEs (Certificados de Operações Estruturadas), inclusive por meio de alavancagem, os investidores perderam muito dinheiro e, em alguns casos, ficaram até devendo à XP.
O COE é um produto controverso que tem sido alvo de grandes debates no mercado e que agora está no centro de uma série de questionamentos feitos pela Grizzly Research nos Estados Unidos, onde a XP possui ações listadas. As questões apresentadas se concentram na governança da empresa com relação a esse produto, especialmente com apontamentos relacionados às práticas comerciais agressivas e controversas utilizadas junto aos assessores para vendê-los na base de clientes. Além disso, questiona-se a própria contabilização dos lucros com este produto, por exemplo.
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“A análise da Grizzly renova a discussão sobre os COEs da XP, assim como seus métodos de venda, desta vez a partir de especialistas dos Estados Unidos. Isso pode favorecer o entendimento a investidores brasileiros que buscam direitos na Justiça com relação a perdas em COE”, diz Adilson Bolico, sócio do escritório Mortari Bolico Advogados.
Atualmente as reclamações sobre perdas e problemas com COEs só crescem na justiça e têm como principal foco práticas adotadas por assessores e escritórios autônomos ligados à XP Investimentos. Os prejudicados, normalmente, são investidores inexperientes com perfil conservador, mas movidos por ofertas e promessas tentadoras relacionadas aos COEs, que acabaram aderindo ao produto sem a devida orientação e suportando perdas milionárias.
A XP já se manifestou questionando a posição da Grizzly Research
mas, segundo Bolico, para além de eventuais imprecisões técnicas do relatório, o destaque a respeito das práticas comerciais adotadas pela corretora na comercialização dos COEs, inclusive citando relatos de ex-colaboradores, reforça a posição dos investidores e a expectativa é que os questionamentos e relatos contribuam para que a Justiça brasileira compreenda melhor os casos envolvendos COEs e decida de forma favorável aos investidores.
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