As chuvas voltaram. Pelo menos nesse início de 2017 não tem feito falta. As precipitações nas Bacias PCJ estão 30% acima da média, o que tem propiciado vazões firmes em todos os rios da região, inclusive com alguns transtornos para a comunidade com alagamentos.
Levantamento feito pela equipe técnica do Consórcio PCJ aponta que apenas com o volume de água de uma semana seria possível garantir o abastecimento por pelo menos 3 meses de um município de 400 mil habitantes.
O Rio Piracicaba possui média de vazão para o primeiro mês do ano de 200 m³/s, no entanto, na semana de 18 a 23 de janeiro, apresentou vazões superiores a 600 m³/s, causando alagamentos na tradicional Rua do Porto, ponto turístico e referência da gastronomia piracicabana. Essa diferença de 400 m³/s nas vazões do Piracicaba correspondem a 141.690.000 m³ a mais de água.
Se essa água estivesse sendo armazenada seria possível criar uma reserva suficiente para abastecer a cidade por 90 dias, considerando que a outorga do município de Piracicaba é de 2m³/s.
O Consórcio PCJ mantém suas recomendações para os municípios reterem as águas das chuvas de verão para utilizá-las no período de estiagem que acontece de abril a outubro. Obras como a construção de bacias de retenção em áreas rurais e, dependendo do caso, até em áreas urbanas, são ações de curto prazo e baixo investimento e permitiria reservar as águas das chuvas que estão ocorrendo, além de alimentar o lençol freático para o período seco.
As obras dos reservatórios em Amparo e Pedreira também são fundamentais para a disponibilidade hídrica das Bacias PCJ. Se já estivessem construídas, as barragens poderiam conter esses altos volumes de chuvas, tornando-se assim numa reserva estratégica para a região em períodos secos, além de os barramentos funcionarem como regularizadores de vazões, reduzindo deste modo, o risco de alagamento.