Criar sites deixou de ser apenas uma tarefa técnica. Hoje, desenvolver uma presença digital vai muito além da estética ou da performance: envolve decisões que tocam diretamente em compromissos com o meio ambiente, com as pessoas e com a forma como uma empresa se organiza internamente.

É nesse contexto que o conceito de ESG, sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança, começa a se entrelaçar com o universo do design e da tecnologia.

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Criar sites mais conscientes: o papel do digital ESG

Em vez de um termo da moda ou um selo de tendência, ESG tem pautado escolhas reais nas companhias. Segundo uma pesquisa realizada pela consultoria PwC, 83% dos consumidores esperam que empresas demonstrem compromissos mais responsáveis. E isso inclui também seus ambientes digitais.

Como o digital impacta o meio ambiente

A estrutura de um site pode parecer invisível, mas ela consome recursos. Um layout mais simples, menos poluído visualmente e com carregamento rápido, por exemplo, gasta menos energia — principalmente em dispositivos móveis, que representam mais de 60% do tráfego web no Brasil, de acordo com dados da Statista.

Outras decisões como a otimização de imagens, o uso de servidores que utilizam fontes renováveis e a escolha por tecnologias baseadas em nuvem também contribuem para esse impacto mais leve. São ajustes técnicos que, em escala, fazem diferença.

Criar sites mais eficientes energeticamente, ainda que pareça algo distante, ajuda empresas a se alinharem ao que se espera de uma marca preocupada com o futuro do planeta. É um passo silencioso, mas cada vez mais notado.

Criar Um site que acolhe

Quando se fala no aspecto social do ESG, a acessibilidade é um dos pilares. Incluir legendas, audiodescrição, teclas de atalho ou até mesmo ajustar o contraste para quem tem baixa visão significa abrir espaço para todos. É o tipo de cuidado que não aparece de imediato, mas transforma a experiência de quem mais precisa de suporte digital.

Ricardo Moreira Leite, Diretor de Produtos e Negócios do UOL Host, destaca que a criação de sites acessíveis está diretamente conectada às diretrizes de ESG: “todos os anos, milhares de sites entram no ar e a acessibilidade precisa caminhar junto com esse avanço. Garantir que pessoas com deficiência consigam navegar com autonomia é mais do que uma boa prática: é uma responsabilidade coletiva. A inclusão digital é um dos pilares mais relevantes do nosso tempo e deve fazer parte do compromisso das empresas com o ESG no ambiente online.”

Representatividade também importa. Escolhas simples, como a seleção de imagens que retratem diferentes perfis e estilos de vida, colaboram com um ambiente mais plural. Essa diversidade pode e deve estar refletida também na equipe responsável pelo desenvolvimento do site.

A segurança dos dados dos visitantes, embora menos visível, é outra camada importante. Garantir que a navegação seja segura, com uso de protocolos como HTTPS e estruturas que dificultem invasões, protege tanto a empresa quanto seu público.

E há ainda o potencial de um site como espaço de conversa com a sociedade. Muitas marcas já utilizam seu canal digital para divulgar projetos sociais, ações comunitárias e outras formas de interação que estreitam a relação com quem está do outro lado da tela.

Transparência começa na navegação

Ao criar sites com boa usabilidade e estrutura clara, a empresa reforça sua imagem como organização transparente. A lógica é simples: se o visitante consegue encontrar o que procura com facilidade, sem obstáculos ou confusões, isso se reflete diretamente na percepção de confiabilidade.

A página digital também pode funcionar como uma vitrine das práticas internas da empresa. Políticas, dados, objetivos e até processos internos de auditoria podem — e devem — estar acessíveis. Isso reforça o elo de confiança com o público externo, inclusive com investidores atentos a práticas de governança.

Por fim, pensar em segurança como parte da governança é inevitável. Sites com criptografia, autenticação de usuários e proteção de dados mostram que a organização leva a sério a integridade das informações que armazena e compartilha.

Uma vitrine silenciosa, mas poderosa

Enquanto as vitrines físicas encantam pelo design ou pelo movimento das ruas, as digitais revelam um pouco mais da alma da empresa. Criar sites, hoje, é também criar pontes entre práticas responsáveis e experiências positivas.

O visitante pode não perceber todos os detalhes técnicos por trás de uma página rápida e bonita. Mas sente quando ela é feita com cuidado, quando respeita sua navegação, quando informa sem dificultar. Isso é criar uma presença digital coerente com o que o mundo espera de marcas responsáveis.

E talvez seja esse o ponto: fazer sites não se trata apenas de estar presente na internet. É uma escolha sobre como estar.

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