Água de reuso em geral está relacionada como alternativa para rega de jardim, uso em sanitários, lavagens de áreas comuns, entre outras utilidades do dia a dia. Sem dúvida, essas soluções impactam positivamente no meio ambiente e financeiramente. Mas também nesses locais, a água reaproveitada é muito usada em torres de resfriamento, levando a uma economia bem maior.
A maioria dos empreendimentos que necessita de ambientes refrigerados de grande porte utiliza as torres de resfriamento. E a opção da água de reúso é a mais econômica para este fim. “No meio ambiente, a solução ajuda a reduzir a captação de água e a preservar os recursos hídricos voltados para o consumo da população”, diz o engenheiro Fernando Pereira, diretor comercial da General Water, concessionária particular de água.
Portanto, além de trazer vantagens econômicas, reaproveitar água, é uma necessidade. A Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que o número de habitantes deve ter um crescimento de 3 bilhões até 2050. Com o aumento da população, a demanda de água tende a ser 70% maior que a atual. E até 2030, quase metade da população mundial, terá problemas de abastecimento. Logo, é bom pensar que cada litro de água de reúso utilizada, representa em um litro de água preservada nos mananciais.
Especialista no assunto, a General Water implanta o sistema de água de reúso em torres de resfriamento em empreendimentos de vários clientes, tais como Bradesco Cidade de Deus, Shopping Plaza Sul, Parque D. Pedro Shopping entre outros. O Parque D. Pedro Shopping, de Campinas, é um case interessante. Com 1,5 milhão de frequentadores por mês, o estabelecimento tinha 35% da demanda suprida pela concessionária de água local (o restante é suprido por poços e pelos 3.500 m³/mês de reúso). Por conta disso, o empreendimento tomou a decisão de implantar um projeto que pudesse gerar água de reúso com qualidade suficiente para abastecer as torres de resfriamento, que consomem cerca de 5.000 m³/mês de água da concessionária todos os meses.
Com isso, o Parque D. Pedro, que já utilizava água de reúso nos vasos sanitários e na rega de seus jardins, elevou substancialmente a sua autonomia de água, garantindo o funcionamento de mais de 400 lojas, 20 restaurantes e 15 salas de cinema, por exemplo. Com o projeto de retrofit (modernização), o empreendimento aumentou o seu reúso de água de 20% para 100% de todo o efluente tratado. Com isso, o consumo médio de água nobre caiu em 10,06%.
Isso significa que, mensalmente, o shopping deixa de descartar no meio ambiente mais de 5.000 m³ de esgoto tratado e de utilizar o mesmo volume da escassa água da concessionária nas suas torres de resfriamento, disponibilizando esse recurso para a população de seu entorno.
O projeto consistiu na implantação de várias melhorias na Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) e na adoção de tecnologias modernas de tratamento, com a instalação do estado de arte em termos de tratamento de esgoto em nível mundial. “A operação no Parque D. Pedro possibilita uma redução de 30% no consumo de água potável e a dependência de fontes externas de abastecimento caiu de 35% para 15%”, afirma o Fernando Pereira, diretor da General Water.