O verão começa no dia 21 de dezembro e, nesta época, é comum a maior atenção ao corpo e alimentação, especialmente entre moradores de regiões litorâneas ou pessoas com férias reservadas na praia. Idas mais frequentes à academia e compromisso com dietas dá o tom da chegada da estação de altas temperaturas no Hemisfério Sul. Tudo isso é muito saudável desde que feito de forma equilibrada e com o acompanhamento de profissionais de saúde para que tanto esforço não resulte em problemas.
Especialmente no campo da alimentação, a decisão por seguir uma ou outra dieta deve ser fruto de uma avaliação com nutricionista, levando em conta a rotina, condições de saúde e objetivos de cada indivíduo. O que vale para um não vale para o outro, alerta a nutricionista Larissa Lins, gerente de Nutrição do Grupo Amil.
“Muitos querem correr atrás do tempo perdido para estar com o físico desejado no verão e acabam fazendo dietas que acham na internet, que uma amiga ou artista fez. Aí é que mora o perigo. Dieta sem acompanhamento pode não trazer a esperada perda de peso e agravar ou acarretar problemas de saúde”.
Entre as dietas consideradas “da moda”, o jejum intermitente requer atenção, sendo uma estratégia contraindicada para crianças, gestantes, idosos e pessoas com doenças crônicas. A nutricionista explica que realizar grandes intervalos de tempo entre as refeições auxilia na perda de peso porque o organismo utiliza o que já tem armazenado nas células para uso de energia. “A estratégia pode melhorar a sensibilidade à insulina, que contribui para o controle da glicemia. Água, chá e café sem açúcar não quebram o jejum”.
Baseada nos alimentos tradicionais dos países ao redor do Mar Mediterrâneo, como Grécia, Espanha e Itália, a dieta mediterrânea consiste no consumo de alimentos ricos em gorduras monoinsaturadas, como azeites, grãos, fibras, peixes, legumes, frutas e verduras. “São alimentos que quando incorporados à dieta a longo prazo, reduzem o risco de doenças cardiovasculares, propiciam o controle da diabetes e a redução do colesterol, favorecendo uma vida mais longeva”, explica Larissa.
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O tempo que cada um leva para obter resultados a partir dessa dieta vai depender do estilo de vida e da prática de atividade física. Mas, segundo a nutricionista, normalmente, em torno de quatro a 12 semanas já é possível perceber redução de peso e ganho de saúde. A dieta mediterrânea prevê ainda a substituição do sal no tempero dos alimentos por ervas e especiarias, deixando totalmente de lado os alimentos industrializados.
Outras dietas mais restritivas exigem maior cuidado, como as dietas cetogênica, low carb e zero glúten. A cetogênica reduz bastante a ingestão de carboidratos (podendo chegar a, no máximo, 50g por dia), aumentando o consumo de proteínas e gorduras mono e poli-insaturadas. A dieta estimula a cetose, um processo metabólico que acontece no corpo quando os níveis de glicose, nossa principal fonte de energia, estão baixos. Assim, o organismo passa a utilizar a gordura do corpo como combustível.
“A dieta cetogênica é indicada quando o indivíduo possui um problema metabólico ou neurológico, após recomendação médica. Para as pessoas em geral, o mais adequado é a dieta low carb, em que se reduz o carboidrato, mas de forma menos radical, com ingestão de até 150 ou 200g por dia. É uma dieta mais amigável em que é possível fazer substituição de alimentos com mais facilidade, não comprometendo tanto a rotina e vida social”.
A especialista destaca ainda que as duas dietas, cetogênica e low carb, não são indicadas para quem pratica atividade física frequente e com alta performance, por ser o carboidrato fonte de energia para o organismo. Por isso, é fundamental o acompanhamento com nutricionista, que vai determinar a dieta mais adequada à rotina e estilo de vida da pessoa.
Em relação ao glúten, que muitos tentam reduzir ou tirar do cardápio, Larissa lembra que esta proteína, presente em cereais como o trigo, o centeio e a cevada, só é inflamatória para as pessoas que têm a doença celíaca, caracterizada pela intolerância e dificuldade de absorção do glúten.
“Nestes casos, é fundamental retirar da dieta ou restringir, dependendo do caso. Mas, para os indivíduos em geral, o glúten não é inflamatório. O que percebemos é que quando a pessoa decide cortar sem que haja indicação, é possível desencadear um desconforto quando ela voltar a comer alimentos com glúten. Ou seja, é possível desenvolver uma intolerância. O mesmo pode ocorrer quando se corta a lactose por muito tempo. Quando não há intolerância, não há necessidade de retirar esses alimentos. Basta consumir com equilíbrio”.
O equilíbrio, segundo ela, é a chave para a conquista do peso desejado e para a sua manutenção. “Com acompanhamento é possível atingir o objetivo de forma consistente. Comer deve ser algo prazeroso e que propicie bons momentos entre amigos e familiares. Mas também é um ato de saúde. Por isso, é fundamental termos consciência dos benefícios e malefícios do que ingerimos”, enfatiza Larissa Lins.
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