Desde o final do Século 19 organizações femininas de origem operária protestavam na Europa e nos Estados Unidos contra jornadas excessivas de trabalho e salários aviltantes. Seguiram-se manifestações, como em 1909 quando um protesto reuniu mias de 3 mil pessoas em Nova York, em uma longa greve têxtil que fechou quase 500 fábricas. Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) mais protestos surgiram em todo o mundo e em 1917, na Rússia, 90 mil operárias rebelaram-se contra o Czar Nicolau II pelas más condições de trabalho, a fome e a participação do país na guerra (protesto conhecido como “Pão e Paz”). Somente 20 anos depois a ONU assinava o primeiro acordo que afirmava alguns princípios de igualdade entre homens e mulheres. Mas somente em 1975 comemorou-se oficialmente o Ano Internacional da Mulher e em 1977 o “8 de Março” foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas.
E é, por esta história resumida e que não relata outras lutas importantes, que o 8 de março deve ser visto como momento de mobilização feminina, objetivando avançar nos direitos e repudiar qualquer discriminação ou violência moral, física e sexual. No Brasil as manifestações em prol dos direitos ganhou força nas décadas de 20 e 30. De lá para cá vieram avanços, como criação de conselhos, Delegacia da Mulher, Lei Maria da Penha e Lei do Feminicídio, que colocou a morte das mulheres na categoria de crime hediondo.
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No meio sindical talvez resida hoje um dos principais centros de discussões e ações em defesa da mulher. Nas convenções coletivas, as categorias organizadas vão paulatinamente incluindo cláusulas protetivas e, assim, dando um recado direto aos governantes que não aceitaremos retrocessos. Temos ainda muito a fazer. A igualdade precisa ser tirada do papel e praticada. Mas, as portas estão abertas para caminhos menos espinhosos que os trilhados no passado. Depende da nossa união, de discernir quem avacalha e quem protege, quem humilha e quem respeita!
Helena Ribeiro da Silva
Presidenta do SEAAC de Americana e Região
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