A adoção de medidas para o aumento da frota de ônibus elétricos é uma tendência mundial essencial para a sustentabilidade urbana, conforme apontado na última Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26). A substituição de veículos movidos a combustíveis não apenas contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa, mas também melhora a qualidade do ar e a saúde dos moradores das cidades, especialmente em áreas com grandes frotas de veículos.
A Parceria ZEBRA (Zero Emission Bus Rapid-deployment Accelerator), ou Acelerador de Implantação Rápida de Ônibus de Emissão Zero, é uma iniciativa fundamental nesse contexto. Co-liderada pela C40 Cities e o ICCT (Conselho Internacional de Transporte Limpo), a Parceria ZEBRA fomenta a implementação de ônibus zero emissões na América Latina a partir de estudos de viabilidade técnica, articulação política com prefeituras e definição de compromissos junto a fabricantes de veículos e financiadores.
“As cidades da América Latina estão acelerando rapidamente na descarbonização das frotas de ônibus, não só reduzindo as emissões de efeito estufa e melhorando a qualidade do ar, mas também destacando a importância do transporte público como medida necessária para tornar as cidades mais acessíveis e inclusivas” afirmou Thomas Maltese, Gerente Sênior da Parceria ZEBRA na C40 Cities.
Segundo a ONU, até 2050, cerca de 77% da população mundial viverá em áreas urbanas. Em função disso, a melhoria dos transportes urbanos é crucial para garantir a qualidade de vida nas cidades. De acordo com o relatório “Situação Global do Transporte e Mudança Climática Global”, elaborado por mais de 40 organizações internacionais, as emissões dos transportes correspondem a 14% das emissões globais de gases de efeito estufa, e as emissões diretas de CO2 do setor aumentaram 29% entre 2000 e 2016. Em cidades como São Paulo, por exemplo, a adoção total de ônibus elétricos poderia reduzir as emissões de poluentes em cerca de 85%.
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A Parceria ZEBRA também monitora os ônibus elétricos operantes na região. Esse monitoramento é realizado a partir do E-Bus Radar, plataforma desenvolvida e mantida pela parceria para acompanhar as frotas e quantificar as emissões de CO2 evitadas com a implementação dos veículos de emissão zero. Atualmente, o E-Bus Radar já mapeou mais de 5.700 ônibus elétricos em operação em 41 cidades de 12 países da América Latina, destacando o impacto positivo dessa transição para um transporte mais sustentável.
Ônibus nas cidades
“A Parceria ZEBRA conseguiu uma mudança real no setor de transporte público na América Latina, assegurando uma oferta adequada e crescente de ônibus zero emissão na região. Isso foi alcançado em parte graças à liderança do ICCT na interação com fabricantes globais de ônibus elétricos, que assinaram compromissos públicos para comercializar esses produtos na região. Alguns deles já estão produzindo ônibus elétricos localmente, ou têm planos de fazê-lo no médio prazo, uma mudança substancial quando comparamos a quase inexistente oferta de ônibus elétricos quando começamos o projeto.”, afirma Oscar Delgado, Líder da Parceria ZEBRA no ICCT.
Sobre a Parceria ZEBRA
Financiada e facilitada pela ClimateWorks, liderada pela C40 e pelo ICCT, a parceria ZEBRA (Zero Emission Bus Rapid-deployment Accelerator) visa acelerar a implementação de ônibus zero emissões em grandes cidades na América Latina.
Sobre a C40 Cities
A C40 Cities conecta quase 100 das principais cidades do mundo comprometidas em promover ações climáticas ousadas para criar um futuro mais saudável e sustentável para todos. Os prefeitos das cidades do C40 estão engajados em cumprir as metas mais ambiciosas do Acordo de Paris em nível local, bem como em limpar o ar que respiramos.
Sobre o ICCT
O Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT) é uma organização independente fundada para fornecer aos governos e reguladores ambientais pesquisas e análises técnicas imparciais de alta qualidade. Nossa missão é melhorar o desempenho ambiental e a eficiência energética do setor de transportes rodoviário, marítimo e aéreo, a fim de beneficiar a saúde pública e mitigar as mudanças climáticas.