As eleições parlamentares da Suécia terminaram em incerteza sobre o próximo governo do país escandinavo neste domingo (09/09), quando o partido governista obteve seu pior resultado nas urnas em um século, diante do crescimento da legenda de extrema direita com raízes neonazistas.
Com isso, a Suécia, um dos países mais liberais da Europa, se junta a outras nações no continente, como Alemanha, Áustria, Hungria e Itália, onde partidos anti-imigração têm recebido apoio nas urnas.
O partido de centro-esquerda Social-Democrata, liderado pelo primeiro-ministro Stefan Löfven, teve a maior parte dos votos, de 28,4%, com 99,8% das urnas apuradas, mas viu sua parcela de assentos no Parlamento ser reduzida.
O bloco governista de centro-esquerda da Suécia ??? formado pelos social-democratas, pelo Partido Verde e pelo Partido de Esquerda ??? ficou com 40,6% dos votos, ou 144 assentos de um total de 349. Enquanto isso, a aliança de centro-direita de oposição obteve 40,3% dos votos e 143 assentos no Parlamento.
Ambos os resultados ficaram muito abaixo dos 175 assentos necessários para uma maioria, o que coloca a Suécia frente a uma difícil formação de governo. 
Já o partido de extrema direita Democratas Suecos obteve 17,6% dos votos, ou um pouco mais que um sexto do total, ante 12,9% na eleição de quatro anos atrás. O temor entre parcelas da população de que o partido anti-imigração obtivesse um de cada cinco votos não se concretizou, mas eleitores deram aos Democratas Suecos o terceiro melhor resultado do pleito, o que foi o bastante para que o líder do partido, Jimmie Akesson, clamasse vitória.
“Iremos ganhar grande influência sobre a Suécia nas próximas semanas, meses e anos”, disse Akesson. Entre as propostas dos Democratas Suecos estão a interrupção dos fluxos de imigração e a saída da Suécia da União Europeia.
Akesson disse que o líder da aliança de centro-direita, Ulf Kristersson, terá que escolher entre buscar o apoio dos Democratas Suecos ou aceitar outros quatro anos de liderança de Löfven.
Por sua vez, Kristersson pediu a renúncia de Löfven, mas rejeitou a proposta de Akesson. “Temos sido completamente claros durante toda a eleição. A aliança não governará ou discutirá formar um governo com os Democratas Suecos”, disse.
Löfven se recusou a renunciar e convidou a oposição a negociar, pedindo cooperação entre os partidos. O primeiro-ministro se referiu aos resultados do pleito como “a morte da política por blocos” na Suécia.