Quanto mais próximo do parto maior a tendência de a gestante relaxar
com relação aos cuidados relativos à dieta exigidos durante a gravidez. É como se depois de tantos meses seguindo todas as recomendações médicas e nutricionais à risca, que costumam exigir muitas privações, ela pensasse que abrir uma exceção ou outra, principalmente, com relação a ingestão de carboidratos (açúcar) fosse um prêmio merecido, ignorando os altos riscos à saúde da mãe e do feto que essa conduta implica.
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De acordo com a médica obstetra com mais de 20 anos de experiência profissional dra. Bruna Pitaluga, muitas mães pensam que comer um pedaço de pizza ou pão doce a mais não fará mal à saúde, depois de tantos meses de restrição, mas não poderiam estar mais enganadas. Isto porque, explica ela, quanto mais avançada a gestação, menor é o controle metabólico da hiperglicemia materna. “Assim ao ser excessivamente exposto à glicemia, nesta etapa, o ambiente fetal passa a ter dificuldades consideráveis em seu gerenciamento”.
Como consequência aumentam as chances de ocorrer complicações gestacionais e prejuízos à saúde do feto, tais como alterações no desenvolvimento do cérebro e até a morte. Conforme dra. Bruna, inclusive, diversos estudos científicos já demonstraram a associação entre a hiperglicemia e a morte fetal. Alterações em fatores como a circunferência abdominal e tamanho de cabeça do feto (proporção cabeça-barriga costumam ser os indícios de que os fetos podem sofrer desse tipo de condição metabólica.
Dessa forma, tendo em vista o potencial danoso para a mãe e para o feto da hiperglicemia nos últimos estágios da gravidez, recomenda-se, segundo a médica obstetra, redobrar os cuidados com a alimentação da gestante, principalmente, com relação ao consumo de carboidratos. “O ideal é que neste período exista uma ingestão menor de carboidratos e maior de proteínas, com o objetivo de reduzir as chances de interferências e comprometimentos para a saúde tanto da mãe quanto da criança”, afirma.
Nesse sentido, profissionais de saúde responsáveis pelo acompanhamento pré-natal (médicos obstetras, endocrinologistas, pediatras e nutricionistas) devem, conforme dra. Bruna, ser muito zelosos com relação aos hábitos alimentares de suas pacientes, fazendo com que evitem o consumo de carboidratos em excesso. “Trata-se de um assunto muito sério para um pré-natal que se queira atualizado, ainda mais quando sabemos os malefícios que a modificação de glicemia pode ocasionar”, diz.
Já pessoas que convivem com gestantes, sejam parentes, sejam amigos, sejam colegas, sejam conhecidos, precisam, de acordo com a médica obstetra, procurar se informar sobre os prejuízos que a hiperglicemia no final da gravidez causa para a saúde da mãe e do feto. E dessa forma, devem evitar estimular hábitos alimentares que priorizem o consumo de alimentos industrializados, processados e ultraprocessados, como pizza, bolos, doces, pães e refrigerantes.
Sobre Dra. Bruna Pitaluga
Formação em Medicina pela Universidade de Brasília – UnB
Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pela Universidade de Brasília – UnB
Pós-graduação em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia – ABRAN
Especialização em Medicina Funcional pelo Instituto de Medicina Funcional – IFM, EUA
Curso em Nutrigenômica pela Universidade da Carolina do Norte – UNC, EUA
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