De acordo com o advogado Dr. Faustino da Rosa Junior, especialista em direito constitucional, esses casos se enquadram claramente no crime de estelionato, definido no artigo 171 do Código Penal Brasileiro. “O estelionato ocorre quando alguém obtém vantagem ilícita em prejuízo de outra pessoa, utilizando-se de artifícios enganosos”, explica Dr. Faustino. “Esses golpistas manipulam a sensibilidade e a compaixão das pessoas, que acreditam estar contribuindo para uma causa nobre, mas acabam sendo vítimas de um esquema criminoso.”
A pena para o crime de estelionato pode variar de um a cinco anos de reclusão, além de multa. No entanto, em situações que envolvem múltiplas vítimas ou pessoas em condições de vulnerabilidade, como idosos ou doentes, a pena pode ser aumentada. “Quando o golpe envolve várias vítimas, como em vaquinhas virtuais, a quantidade de denúncias é crucial para que uma pena mais severa seja aplicada”, observa Dr. Faustino.
O advogado também ressalta a importância de as vítimas registrarem Boletins de Ocorrência (BO) e formalizarem as representações judiciais para que os responsáveis sejam processados e punidos. “A impunidade muitas vezes ocorre pela falta de denúncias. As pessoas precisam estar cientes da importância de formalizar a queixa, para que a justiça possa atuar de forma eficaz.”
Além das implicações criminais para os golpistas, as plataformas que hospedam essas campanhas de arrecadação também têm uma responsabilidade significativa. Caso não adotem medidas rigorosas para prevenir fraudes, elas podem ser responsabilizadas. “As plataformas têm o dever de diligência, devendo monitorar e verificar a autenticidade das campanhas que promovem”, afirma Dr. Faustino. Ele sugere que uma regulamentação mais robusta desses serviços seja implementada, garantindo maior transparência e segurança tanto para os doadores quanto para os beneficiários legítimos.
Os golpes em arrecadação de fundos na internet são um problema crescente que demanda uma resposta assertiva tanto do sistema de justiça quanto das plataformas digitais. As consequências jurídicas são claras: aqueles que exploram a boa-fé alheia para obter vantagem financeira de forma fraudulenta enfrentarão a lei. A denúncia e a representação judicial são passos cruciais para garantir que a justiça seja feita e que a integridade das campanhas de arrecadação seja preservada.
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