Bastante pressionado pela alta de preços de produtos e serviços do grupo alimentação, o Custo de Vida por Classe Social (CVCS) da Grande de São Paulo (RMSP) subiu 0,91% em março. Apesar de representar um recuo diante do 1,05% registrado em fevereiro, a taxa é mais de duas vezes e meia maior que a apontada em março de 2013, de 0,36%. No acumulado de 12 meses, a inflação medida pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) na região metropolitana atingiu 6,4%. 

Além do setor de alimentos e bebidas, que aumentou 1,98% entre fevereiro e março, os grupos de transportes, com alta de 1,69%, e de vestuário, cujos preços subiram 1,19%, foram os que mais contribuíram para o resultado geral. De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, as condições climáticas desfavoráveis – ausência de chuvas e forte calor – afetaram a qualidade e a quantidade produzida de diversos alimentos in natura, pressionando os valores praticados no mercado.
No caso dos transportes, os principais vilões foram os aumentos dos preços de combustíveis, de passagens aéreas e de serviços de manutenção de veículos.
Despesas pessoais e habitação tiveram pouco impacto na inflação geral, com elevações médias no mês de 0,56% e de 0,23%, respectivamente. O segmento de saúde teve aumento de 0,11% e, com variação de apenas 0,07%, os grupos de educação e de artigos do lar permaneceram, em certa medida, estáveis no período. Das nove categorias que compõem o CVCS, somente comunicação apresentou queda de preços, de 1,39% no mês.
As classes de renda mais baixas foram as que sofreram os maiores efeitos da inflação de março. Enquanto o custo de vida para integrantes da classe A subiu 0,76%, entre os pertencentes às classes D e E aumentou 1,16% e 1,1%, respectivamente. Já para a classe C, a inflação atingiu 0,93% e para a classe B, 0,78%.
IPVPouco acima do porcentual verificado para o CVCS, o Índice de Preços do Varejo (IPV) – um de seus subindicadores – avançou 1,14% em março. Trata-se da primeira aceleração desde dezembro e conforme previsto pela Federação, a tendência de arrefecimento constatada nos dois primeiros meses do ano poderia não ser mantida, sobretudo com a pressão provocada pela estiagem das lavouras e consequente alta de preços de alimentos in natura.
Os grupos de alimentos e bebidas, com elevação de preços de 2,68%; de transportes, com alta de 1,26%; e de vestuário, cujo aumento atingiu 1,19%, foram os de maior contribuição na composição do IPV. Ainda no campo positivo, mas próximas da estabilidade, ficaram as atividades de educação, com crescimento de 0,21%, e de habitação, que registrou variação de 0,08%.
Artigos do lar e despesas pessoais praticamente não tiveram alteração de preços, caindo 0,01% e 0,07%, respectivamente. Apenas o grupo de saúde e cuidados pessoais registrou baixa mais significativa, de 0,28%.
IPSEm março, ao contrário do que aconteceu em fevereiro, quando serviços pressionaram mais a inflação do que produtos, o Índice de Preços de Serviços (IPS), com aumento de 0,66%, ficou bem abaixo do IPV, o que serviu para segurar um pouco uma variação ainda maior do CVCS.
Os segmentos que mais contribuíram para o resultado foram os de transportes, com porcentual de variação de 2,44%; de artigos do lar, com aumento de 1,15%; de alimentos e bebidas, cuja alta foi de 0,95%; e de despesas pessoais, que teve preços elevados em 0,88%. Na atividade de comunicação houve deflação de 1,39%.
Para as demais atividades, as taxas de inflação foram de 0,06% (educação), de 0,27% (habitação) e de 0,63% (saúde e cuidados pessoais).