Fim do home office leva milhões de brasileiros a pedir demissão, só em 2024, cerca de 8,5 milhões de trabalhadores pediram demissão por conta própria, um número recorde, segundo o Ministério do Trabalho.
Claudia Abdul Ahad, advogada trabalhista e sócia do escritório Securato & Abdul Ahad Advogados, comenta pro NM.
O mercado aquecido, sem dúvida, dá mais segurança para pedir demissão, afinal é mais fácil tomar a decisão de sair quando se sabe que existem outras oportunidades com mais ganhos, flexibilidade ou alinhamento aos valores do empregado.
Os setores mais afetados são:
(i) bares, restaurantes e hotéis: elevada rotatividade devido a jornadas noturnas e fins de semana, impossibilidade de home office, o que dificulta a retenção;
(ii) construção civil: alta dificuldade para manter equipes fixas, também afetada pela concorrência por mão de obra;
(iii) setor de serviços em geral impactado por longas jornadas e falta de equilíbrio entre trabalho e vida.
Minha recomendação para as empresas é apostar, sempre que possível, no modelo híbrido. E quando não for possível permitir o trabalho remoto ainda que parcialmente, é essencial deixar claro o porquê, e se possível, flexibilizar em demais questões, a exemplo de horário de início e término de expediente, se for cabível.
Mais dicas no home office
Regras claras, transparentes e aplicadas de forma isonômica são fundamentais para a criação de um ambiente organizacional seguro e saudável.
Os tratamentos desiguais e a falta de transparência criam mais atritos e desgastes do que o próprio modelo de trabalho em si. O modelo é apenas o cenário, o clima é construído pela cultura da empresa.
Claudia Abdul Ahad, advogada trabalhista e sócia do escritório Securato & Abdul Ahad Advogados
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