Os jovens de hoje possuem um diferencial muito importante em relação a gerações anteriores: o imediato acesso à informação. Assim, podem pesquisar e aprender sobre muitos assuntos utilizando as tecnologias atuais. Porém, uma parcela significativa ainda demonstra certo desconhecimento sobre temas essenciais como a importância do preparo para a aposentadoria.

Uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que muitos tendem a focar no presente e não se preparar corretamente para o futuro: quatro em cada dez jovens de 18 a 30 anos (38,7%) não se reparam para a aposentadoria, aumentando para 48,2% entre as mulheres e 43,6% entre os pertencentes às classes C, D e E.
Em contrapartida, desconsiderando os entrevistados que têm o INSS pago pela empresa, 61,3% dos jovens ouvidos na pesquisa garantem preparar-se para a aposentadoria, sobretudo os que pertencem à faixa etária de 25 a 30 anos (70,5%), homens (69,6%) e das classes A e B (78,6%).
As modalidades mais comuns de preparação são a aplicação em poupança (33,3% dos entrevistados) e o INSS pago de forma autônoma (19,3%) e os principais motivos mencionados para se preparar são: o fato de ser uma pessoa precavida (26,1%), o exemplo próximo de pessoas que não se prepararam e tiveram problemas financeiros (20,2%) e a orientação recebida de amigos e familiares sobre a importância de se preparar (19,0%).
Já os que não se preparam para a aposentadoria alegam que nunca sobra dinheiro (36,2%), acreditam ser cedo para pensar nisso (21,7%), e que não sabem como fazer (21,3%). Para o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, a postura que os mais novos assumem em relação à essa fase da vida pode ser um empecilho. “Muitos jovens ainda demonstram pouco conhecimento em relação à melhor maneira de se preparar aposentadoria, porém, não há desculpa para a falta ou dificuldade de acesso à informação.
Ainda assim, parte dos entrevistados entende os desdobramentos possíveis para quem deixa de lado a preparação para a aposentadoria: a consequência mais citada pelos entrevistados é o fato de não poder viver tranquilamente na terceira idade por não ter uma renda fixa mensal (31,2%). Outros 26,4% dizem que provavelmente terão um padrão de vida inferior quando comparado ao padrão atual e 16,8% acreditam que não poderão parar de trabalhar.