Com um discurso emocionante sobre o papel essencial dos direitos humanos para uma vida com liberdade, justiça e paz no mundo, a advogada gaúcha, Marina Ramos Dermmam, assumiu a presidência do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH). A cerimônia realizada em Brasília, no dia em que se celebra os 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, reuniu lideranças e ativistas de todo o país, além de autoridades como o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. No primeiro discurso como presidenta do CNDH, Marina Dermmam exaltou a iniciativa de representantes de várias regiões do mundo que, em 1948, pactuaram a série de direitos fundamentais e universais inerentes a cada pessoa do mundo, independentemente de sexo, gênero, origem nacional, étnica, cor ou religião. Nos 30 artigos que compõem a Declaração Universal dos Direitos Humanos, estão reconhecidos os direitos mais fundamentais de cada um de nós: o direito a uma vida livre, digna e em segurança para o exercício da plena cidadania. Entretanto, mais de sete décadas depois, a Declaração ainda é desrespeitada, e pessoas têm seus direitos ameaçados e violados em todo o mundo. Marina lembrou os principais problemas sociais do Brasil, como trabalho escravo, racismo estrutural, criminalização dos movimentos sociais e violência às mulheres, aos povos originários e aos ambientalistas.
Marina participa da mesa diretora do CNDH desde 2022, quando exerceu o cargo de conselheira como representante da sociedade civil. Em 2023, assumiu a vice-presidência ao lado do então presidente e defensor público do Estado de Pernambuco, André Carneiro Leão. Como determina o regimento, a presidência deve ser ocupada de maneira alternada entre representantes do poder público e da sociedade civil. Na passagem do cargo, Carneiro Leão agradeceu o apoio e a mobilização das conselheiras e conselheiros de todo o país, durante a gestão do primeiro biênio. E, também, ao Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida.
O Conselho ainda é formado por outras 20 pessoas. Além das conselheiras e conselheiros, o CNDH conta com a colaboração de mais de 600 pessoas em todas as regiões do país, que compõem 14 comissões, grupos de trabalho e relatorias. O Conselho Nacional dos Direitos Humanos é um órgão colegiado que tem por finalidade promover a defesa dos direitos humanos no Brasil, previstos na Constituição Federal e em tratados e atos internacionais ratificados pelo Brasil, além de fiscalizar e monitorar as políticas públicas sobre o tema. O Conselho ainda pode acompanhar casos de ameaça e violação de direitos humanos e, a partir disso, emitir notas públicas, recomendações e resoluções. Pautas prioritárias do CNDH para 2024 Uma das pautas prioritárias do CNDH para o próximo ano é a reconstrução da política pública de proteção de defensores de direitos humanos, ambientalistas e comunicadores. O Brasil é o país mais perigoso da América Latina para o exercício dessas atividades, de acordo com organizações internacionais. Outra novidade são as missões temáticas sobre justiça climática, a serem realizadas nas cinco regiões do país. A primeira já ocorreu na região de Manaus, entre os dias 23 e 27/11. Marina Dermmam, junto com as relatoras da missão, percorreu florestas e conversou com povos e comunidades tradicionais sobre desmatamento, queimadas e ameaças por conflitos territoriais. A próxima missão será realizada no Rio Grande do Sul, ainda em dezembro. O objetivo é avaliar o impacto da emergência climática, especialmente na segurança alimentar. O Estado foi afetado por inundações que provocaram mortes, tiraram milhares de gaúchos de suas casas e destruíram lavouras. Depois de concluído, o diagnóstico será apresentado à população e, também, servirá de base para que o CNDH possa sugerir políticas públicas. Se for o caso, o estudo ainda pode ser utilizado para fazer denúncias na esfera internacional. Quem é Marina Dermmam Marina Dermmam é graduada em Direito pela Unisinos (2009), especialista em Gestão Pública pela Fundação Escola Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul (FMP) e mestra em “Estado, Governo e Políticas Públicas” pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO). Também é articuladora da Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares (RENAP/RS) e integrante da coordenação executiva da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD). Marina ainda possui experiência profissional na administração pública municipal, estadual e federal, e exerceu os cargos de ouvidora-geral da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul (2021-2023) e de vice-presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos (2021-2023). |
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