A grande procura pelas “canetas emagrecedoras” já gerou reações da OMS e da Anvisa alertando para produtos falsificados. Agora é a vez da Kaspersky alertar sobre uma nova tendência de golpes online que dizem vender o medicamento para conseguir roubar dados de cartões de crédito das vítimas ou dinheiro por meio de pagamentos via boleto ou PIX.

A investigação dos especialistas da empresa de cibersegurança encontrou uma série de mensagens e sites falsos criados pelos golpistas para enganar pessoas em busca de perder peso rapidamente. Vale mencionar que as páginas falsas foram criadas com perfeição e isso dificulta perceber que elas se tratam de uma armadilha.

Visando incentivar as vítimas a tomar uma decisão por impulso, o golpe ainda diz que há apenas quatro vagas para o tratamento pelo preço de R$ 147. Esse valor é muito atraente, uma vez que o preço desse medicamento está cada vez mais alto. Esse aumento se deu depois que celebridades passaram a adotar o medicamento de diabetes para perder peso – o que incentivou uma multidão a buscar o produto, que registrou um aumento de 58% nas vendas na comparação ano a ano.

Um exemplo de formulário de compra falso do Ozempic

 

Nota de esclarecimento:
A marca Ozempic está sendo usada indevidamente pelos cibercriminosos para criar golpe e enganar as pessoas. A empresa responsável pelo medicamento não está envolvida de nenhuma maneira. A menção da marca nesse texto tem apenas a finalidade de informar os consumidores de maneira clara e direta visando a proteção e prevenção dos mesmos.

Para finalizar o golpe, os criminosos solicitam o preenchimento de um formulário para garantir o lugar no tratamento com preço promocional. Nessa etapa, a vítima precisa informar o nome completo, e-mail e escolher a forma de pagamento: cartão de crédito, boleto ou PIX. A primeira opção resultará na clonagem do cartão e as duas últimas gerará a perda financeira imediata. Além da venda, alguns golpes ainda ofereciam a instalação de um app de celular para ajudar no acompanhamento do progresso de emagrecimento.

“Este caso destaca bem que não há fronteiras entre crime real e virtual – eles são as duas faces da mesma moeda. E sempre que há muito interesse por um produto ou serviço e baixa demanda – haverá pessoas mal-intencionadas querendo tirar proveito e lucrar com isso. Neste caso específico, quero ir além das recomendações de segurança que são prestar atenção nos golpes online por meio da desconfiança, verificação do endereço do site para garantir que é um canal legítimo e a verificação dos canais oficiais de compra do produto. Ainda é necessário verificar a indicação do fabricante e dos órgãos de saúde para o uso do medicamento e contraindicações. Saúde – seja ela física ou digital – é algo sério e todos precisam ter responsabilidade”, alerta Fabio Assolini, chefe de equipe de analistas de segurança da Kaspersky.

Para evitar ser vítima de um golpe de phishing, os especialistas da Kaspersky recomendam:

  • Só obtenha medicação mediante recomendação de um médico ou farmacêutico licenciado e use apenas medicamentos recomendados e aprovados.
  • Pense duas vezes antes de clicar em uma oferta – quando algo parece bom demais para ser verdade, geralmente é golpe.
  • Não abra e-mails ou clique em links, a menos que tenha certeza de que pode confiar no remetente.
  • Quando um remetente é legítimo, mas o conteúdo da mensagem parece estranho, vale a pena verificar com o remetente usando meios alternativos de comunicação.
  • Antes de interagir com um site, faça uma pesquisa no Google de seu nome, examine avaliações e verifique a data de criação por meio dos serviços WHOIS. Tenha cuidado se o domínio parecer ter sido registrado recentemente.
  • Use uma solução de segurança comprovada ao navegar na Web. Graças ao acesso a fontes internacionais de inteligência de ameaças, essas soluções são capazes de detectar e bloquear campanhas de spam e phishing.