Número de bares e restaurantes em prejuízo na região de Campinas é de 14%, abaixo da média nacional, de 18%, aponta pesquisa da Abrasel
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A Pesquisa Nacional de Conjuntura Econômica da Abrasel revelou que o percentual de empresas operando em prejuízo no Brasil foi de 18% em maio de 2025, o menor índice desde dezembro de 2024. Na região de abrangência da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) Regional Campinas – com 50 municípios – o índice foi menor: 14%. O levantamento mostra ainda que 45% dos estabelecimentos tiveram lucro no mês, enquanto 41% registraram estabilidade.
Em relação à taxa de endividamento, a pesquisa mostra que 30% das empresas da região estão com algum tipo de pagamento em atraso, como impostos, empréstimos ou aluguel (a média nacional é de 37%). Entre essas, os principais débitos são com impostos federais (88%), estaduais (67%) e taxas municipais (29%).
Outro dado revelado pela pesquisa é sobre os desafios de repassar o custo dos insumos aos consumidores. Segundo o levantamento, 29% dos empreendedores da região não conseguiram reajustar o preço dos cardápios nos últimos 12 meses encerrados em maio; 66% reajustaram abaixo da inflação, 35% reajustaram apenas para acompanhá-la, e somente 5% alteraram os preços acima da inflação.
O reajuste de cardápios é um desafio constante, uma vez que a inflação de diversos insumos importantes para o setor seguiram com valor elevado nos últimos 12 meses. A inflação da alimentação fora do domicílio, no acumulado de um ano, segundo o IPCA, está em 7,70%. O número está abaixo de produtos como o café moído (82,24%), a carne (23,48%) e o frango (10,51%).
“Ver o menor percentual de empresas operando em prejuízo desde dezembro é muito animador. Esse dado mostra que o setor começa a respirar um pouco melhor, e parte disso se deve ao impacto positivo do Dia das Mães, que é uma das datas mais lucrativas para bares e restaurantes. Isso ajudou a impulsionar o faturamento”, afirma Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.
O presidente da Abrasel Campinas, André Mandetta, diz que os dados regionais, ligeiramente melhores na comparação nacional, foram positivos e surpreendentes. “Sem dúvida o Dia das Mães foi importante para o faturamento, mas também temos que levar em conta força e a pujança da região de Campinas, que se consolidou como segunda região mais importante da gastronomia do estado número de estabelecimentos e a grande rotatividade de turistas de negócios e de eventos pela região nos dias de semana”, avalia.
Porém, segundo Solmucci, mesmo com o número positivo, a inflação continua pressionando a margem de lucro, em uma realidade que já se estende há muitos meses.
“A situação financeira das empresas no mês de maio é um indicativo de recuperação, mas é preciso cautela. A maioria dos empresários ainda enfrenta dificuldades para repassar os aumentos de custos ao consumidor, o que gera um desequilíbrio nas contas. Itens essenciais como café, carnes e proteínas em geral tiveram aumentos muito acima da inflação no setor, e isso impacta diretamente a margem de lucro dos estabelecimentos. Mesmo com mais empresas no azul, a inflação segue como um desafio que pressiona o setor e exige uma gestão cada vez mais cuidadosa dos negócios”, finaliza.
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