ÔMICRON E O COMÉRCIO

* Walter Roque Gonçalves

As dores no corpo, inflamação na garganta, febre baixa, dores ao engolir ou falar são os principais sintomas. Esta nova onda da pandemia atinge rapidamente um grande número de pessoas, contudo – ao que parece – é menos letal que as anteriores.

O reflexo no comércio é nítido. Diversos deles tiveram que reduzir os horários de funcionamento ou fechar as portas pelo grande número de funcionários em recuperação por terem sido infectados pela variante Ômicron da covid.

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) recentemente autorizou as companhias aéreas como Gol, Azul e Latam a reduzirem o número de comissários a bordo dos aviões, pois o avanço dos casos entre a tripulação estava aumentando vertiginosamente ao ponto de voos serem cancelados.

O mesmo reflexo se deu em lojas, restaurantes, bancos, hospitais e serviços públicos. O professor Ricardo Wagner Lage, conforme relato publicado no portal Diário do Comércio, diz: “Quando cheguei, ela (agência) estava fechada. Fui informado por um gerente que o fechamento era temporário, devido ao grande número de funcionários com covid. Alguns dias depois, a agência voltou a funcionar”, contou o professor.

Na mesma fonte de notícias, o presidente da Associação dos Lojistas de Shoppings de Belo Horizonte, Alexandre Dolabella, afirmou que “Agora, com a Ômicron, [os lojistas] estão perdendo funcionários e ficou muito difícil. Tem lojista que está deixando de abrir aos domingos, por causa da folga, mas nenhuma loja fechou”. Em poucos dias o número de funcionários afastados saltou de 5,40% para mais de 60%. A queda no faturamento é estimada em até 25%.

O setor de hotelaria se mostrou mais preparado devido ao desafio que superou em 2020; hoje está em condições de lidar com a redução de funcionários frente a nova onda de contaminação.

Dentre os desafios enfrentados pelos empreendedores somam-se esses com a variante Ômicron. Para o empresário, a máxima de se “reinventar” faz parte da rotina e a lei da sobrevivência continua sendo daqueles que conseguem se adaptar mais rapidamente e não necessariamente os mais fortes.

Por isso, a resiliência e a capacidade de mudar a curto prazo são essenciais para a sobrevivência, manutenção e crescimento empresarial. A pandemia tem ceifado vidas, como também empresas que não têm tido a vitalidade necessária para superar tais dificuldades e fortalecer suas estratégias.

* Professor executivo FGV, consultor de resultados especializado em micro, pequenas e médias empresas | CRA 144.772 | Contato: (18) 99723-3109 | e-mail: walter@consultoriajk.com.br