Obras de arte como ponto de partida na arquitetura
Obras de arte como ponto de partida nos projetos de arquitetura
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Pela ‘lógica’ que permeia a mente de muitas pessoas, a curadoria das obras de arte que estarão nos ambientes entre em uma fase bem mais avançada do processo, quando é iniciada a etapa de decoração. Entretanto, a arte não é um personagem secundário. Muito pelo contrário, ela tem a expressão de um fio condutor para a execução do projeto de arquitetura.
“A depender do ‘peso’ que elas carregam, faz todo sentido que a gênese do processo aconteça a partir delas“, garante a arquiteta Daniela Funari. Dessa forma, ela diz que a peça – seja um quadro, uma escultura ou outra manifestação artística –, explora a potência e alcança a relevância merecida em um ambiente harmonizado nas cores, texturas, móveis e os demais elementos decorativos presentes.
Quando o cliente já tem um item do seu acervo pessoal ou compartilha uma referência, a ser buscada em galerias de arte, esse encadeamento ‘inverso’ muda por completo a adesão da obra pelo espaço, além de colocá-las como grandes personagens do décor.
Foi assim que a profissional, em sua segunda participação na CASACOR São Paulo, idealizou o seu ambiente Recanto de Histórias e Cores, uma ilha de bem estar com 40m².
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A arte de Ivald Granato como princípio
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Da esquerda para a direita: as telas Corporal e Pertinente (ambas de 1990), do artista plástico Ivald Granato, são destaque logo na entrada do ambiente assinado pelo arquiteta Daniela Funari | Foto: Mariana Camargo
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Para a concepção do ambiente, Daniela mergulhou no universo da literatura e nas múltiplas facetas da arte – em especial a oportunidade de reapresentar ao público as telas Corporal e Pertinente do artista plástico Ivald Granato (1949-2016), que marcaram a 19ª edição da Bienal Internacional de Arte de São Paulo, realizada em 1990.
O duo das telas, executadas em acrílica e pastel sobre papel e tela, foi alocado acima do amplo sofá – que pode ser utilizado pelos visitantes. “Antes dessa dádiva de expô-las a um grande público, a última apresentação delas aconteceu em 2023, na exposição ‘Seres’, realizada na Dan Galeria, em São Paulo, com curadoria de Daniel Rangel”, conta.
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As cores vibrantes e pinceladas marcantes repercutiram na paleta de cores trabalhada pela arquiteta Daniela Funari em seu ambiente. A posição das delas foi considerada para que pudesse ser apreciada independentemente da posição do visitante | Foto: Mariana Camargo
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Mas não foram só essas duas telas: do outro lado, a arquiteta instalou a obra CorSimcorNão 2, pintada por Granato anos antes do seu falecimento, em 2016. Com a expressão das cores expressas pela tinta acrílica e verniz sobre tela, que transmitiram toda potência das linhas constantes e descontinuadas propostas, Daniela elegeu o par de poltronas Elefante, assinadas pelo designer brasileiro Maurício Bomfim, no tom terracota.
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A partir das cores quentes que colorem a tela, o cantinho onde está a tela de Granato se afina com a tonalidade das poltronas escolhidas pela arquiteta Daniela Funari | Foto: Mariana Camargo
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Porém, a profissional afirma que não basta apenas escolher o local onde as obras estarão, mas também considerar a maneira como serão evidenciadas. Ao pendurá-las através de um fio robusto, fixado no teto, elas parecem flutuar no ambiente, principalmente com o cortineiro de tecido em algodão que envolve todas as paredes.
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Atirantadas no teto, a arquiteta Daniela Funari concedeu leveza e destaque às telas de Granato | Fotos: Mariana Camargo
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O cuidado luminotécnico também é um diferencial: para o Recanto de Histórias e Cores, Daniela garantiu que o cortineiro fosse iluminado em toda sua extensão, enquanto todo o teto contou com globos esféricos que garantiram uma iluminação completa no espaço.
A arte na parede das escadas
A designer de superfície e artista plástica Jade Marangolo foi convidada para uma missão especial: desenvolver uma intervenção exclusiva nas paredes que abrangem os quatro lances de escada que levam o visitante aos demais ambientes da mostra. “O tema ‘Semear sonhos’ me incentivou a olhar para o ambiente em volta: a Mata Atlântica do parque da Água Branca“, conta a artista sobre a inspiração para a pintura denominada “Mata Atlântica: Sonhos em linhas“.
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O rosa eleito pela arquiteta Daniela Funari foi o ponto de partida para a paleta definida pela artista Jade Marangolo, que utilizou sobretons do próprio rosa, tons de verde e terrosos em composições que exaltaram a Mata Atlântica em sua obra | Foto: Mariana Camargo
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“Fiz uma pesquisa grande que explorou formas e cores desse tipo de vegetação que, por sua vez, me levaram a desenvolver uma linguagem que uniu o universo orgânico dessa natureza com a geometria de ângulos e linhas retas da arquitetura“, detalha Jade sobre a técnica que a guiou por toda as paredes da escadaria, com alturas que alcançaram 5m em alguns lances.
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A artista Jade Marangolo revelou que a pintura favorece a dupla interpretação de certos elementos, onde o público pode identificar um objeto de interiores ou figuras que fazem parte da fauna e flora | Fotos: Mariana Camargo
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Escultura dourada de Rosana Ciotta como representação de livros
No tom dourado fosco, as esculturas que remetem a livros abertos, da artista plástica Rosana Ciotta, foram instaladas de uma forma leve que paira por todo o vão da escada, proporcionando uma conexão entre os degraus, leveza e sintonia com o ambiente térreo. “Produzi essas peças representando folhas de livros que conectaram com o contexto do ambiente“, conta a artista, do interior de São Paulo, sobre sua criação.
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A escultura elaborada por Rosana Ciotta é mais uma personificação da arte no ambiente assinado pela arquiteta Daniela Funari, representando o semear dos sonhos através da literatura| Fotos: Mariana Camargo
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A escultura foi executada em aço galvanizado, numa técnica de calandragem com acabamento de fundo fosfatizante, fundo PU e pintura automotiva, resultando em um efeito único e marcante que complementa a essência temática do ambiente: a de ser uma ilha de estar onde os visitantes podem manusear os livros e se inspirar com as histórias contidas neles.
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O Rosa Renascentista (Coral), eleito pela arquiteta Daniela Funari (foto), destaca o trabalho artístico de Jade Marangolo e de Rosana Ciotta. O colorido também valoriza o histórico granilite avistado em degraus, patamar e corrimão da escada | Foto: Mariana Camargo
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Sobre Daniela Funari Arquitetura
Daniela Funari Arquitetura é um escritório de arquitetura e interiores voltado para projetos residenciais e comerciais buscando sua individualidade, originalidade e funcionalidade. A arquiteta Daniela Funari é jovem, arrojada e apaixonada em criar espaços e ambientes personalizados e combinados. Seu grande objetivo é fazer parte do sonho das pessoas, trazer à baila o convívio em espaços prazerosos e aconchegantes, gerando satisfação, alegria e vivacidade. Sua paixão é revelada em projetos com ênfase em interiores e ambientes integrados. Em 2024, teve sua estreia na CASACOR São Paulo 2024 e recebeu o Prêmio VEJA SP de Melhor Ambiente CASACOR na categoria “Ilha de bem-estar e lounge”.
Daniela Funari Arquitetura
(11) 95500-0293
@danielafunariarquitetura
[email protected]
Av. Ordem e Progresso, Nº 157, CJ. 1104, São Paulo, SP
SERVIÇO – CASACOR São Paulo 2025
Onde: Parque da Água Branca – Rua Dona Ana Pimentel, 37 portaria G4 do PAB
Quando: até 03 de agosto de 2025
Horário de funcionamento do evento: Terça a domingo das 11h às 21h
Horário bilheteria: Terça a domingo* das 11h às 19h
* fechamento da bilheteria física 15 minutos após o último horário. A visita poderá
acontecer até às 21h.
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Bilheteria digital: https://appcasacor.com.br/events/sao-paulo-2025
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