Na última sessão ordinária da Câmara Municipal de Nova Odessa, realizada dia 16, foi votado o projeto de decreto legislativo nº 02/2021, que tinha como objeto as “contas da Prefeitura Municipal”, referente ao exercício de 2018.

Considerando a composição da Câmara, não seria difícil concluir que as elas seriam aprovadas, independente da quantidade de apontamentos que tenham sido feitos pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, afinal, dois terços dos parlamentares são do partido, da coligação e afeitos ao ex-prefeito.

Surpreendeu-me, contudo, a conduta do atual Presidente da Casa, o vereador Elvis Ricardo Maurício Garcia, também conhecido como Pelé, que logo após eu terminar a minha manifestação e exposição dos motivos que me levariam a votar pela reprovação das contas do ex-prefeito, de forma irônica e grosseira recomendou-me “estudar mais”.

Apesar de surpresa, tenho que confessar que essa não é a primeira vez que recebo o “inusitado conselho” do vereador, e diante das circunstâncias em que me foram feitos, posso concluir, sem sombras de dúvidas, que não se trata de uma manifestação de preocupação com a minha formação ou o conhecimento adquirido ao longo do tempo.

Isso porque, além de não termos afinidade alguma, ele não teve o mesmo comportamento em relação aos outros vereadores (homens) que se manifestaram no mesmo sentido que eu.

Ou seja, de forma menos rebuscada, apenas a vereadora, mulher, burra, é quem precisa estudar, Presidente?

A conduta senhor Elvis, ou melhor, do Doutor Elvis, a quem não se deve conceder o benefício da dúvida, afinal, trata-se de pessoa graduada em Direito, e que também em razão disso, deve-se presumir o conhecimento do vernáculo de forma aprofundada, assim como das regras de ortografia e gramática, assemelham-se a condutas de pessoas machistas, misóginas e covardes, que se valem de sua suposta superioridade para constranger e tentar humilhar pessoas que não pensam como ele – desde que, evidentemente, sejam do “sexo frágil”.

Contudo, é importante que todos saibam: política se faz com hombridade, não apenas com homens.