Professora Juliana Rettich- Prof de Redação do PB Colégio e Curso (Rio de Janeiro)
“Esse tema foi trabalhado em dois momentos com nossas turmas, já que faz parte do eixo transversal do MEC. É um assunto importante e urgente de ser debatido, pois, como vimos em aula, a sociedade brasileira dobrou o número de idosos nos últimos dez anos e apresenta uma perspectiva de aumento ainda maior.
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No entanto, nosso grande desafio é a falta de políticas públicas sólidas para lidar com esse cenário. Nossas cidades, tanto na esfera pública quanto privada, ainda não oferecem serviços adequados às necessidades da população idosa, o que reduz as perspectivas de um envelhecimento com qualidade, especialmente entre grupos mais vulneráveis economicamente.
Isso se explica, em parte, pela desvalorização dos idosos, que em sociedades como a nossa tendem a não ser vistos como corpos produtivos, embora ainda tenham muito a oferecer. É um equívoco e uma grande perda, já que sociedades indígenas e afrodiaspóricas nos ensinam constantemente sobre a importância dos idosos na construção da nossa vivência.
Vale lembrar, ainda, os 35 anos de criação do SUS, que foi fundamental para o aumento da expectativa de vida da população brasileira. Por isso, reforço a importância de políticas de saúde sólidas e contínuas para garantir a dignidade no envelhecimento dos brasileiros.”
Professor William Praia
Professor de Geografia dos colégios Start Anglo Bilingual School e STG do Rio de Janeiro
“O idadismo é uma perspectiva incoerente com a realidade brasileira, já que vivemos em uma sociedade cada vez mais envelhecida, segundo os dados do IBGE. Esse é um conteúdo recorrente em demografia, que trabalhamos bastante ao longo do ano.
Os levantamentos mais recentes mostram que a população com mais de 60 anos cresce continuamente no Brasil, e isso torna o preconceito contra os idosos ainda mais contraditório. Repertório para combater o etarismo não vai faltar aos candidatos.”
Professora Tatiana Paes
Professora de Redação dos colégios Start Anglo Bilingual School e STG do Rio de Janeiro
“Em sala de aula, quando falamos sobre o envelhecimento ativo, nossa discussão avançou muito para a questão da saúde, que é uma das perspectivas possíveis dentro do tema. Mas o envelhecimento não se limita à saúde, ele envolve também aspectos sociais e culturais. Vejo os eixos principais como saúde e sociedade, incluindo o etarismo e os direitos da pessoa idosa.
Quando os textos motivadores forem divulgados, poderemos identificar com mais clareza o direcionamento da proposta. Em aula, assistimos ao filme A Substância, que aborda justamente essa dificuldade social em aceitar o envelhecimento. A personagem chega a se submeter a situações degradantes para não envelhecer, e isso gerou reflexões profundas entre os alunos. Tenho certeza de que muitos deles vão usar esse repertório de forma produtiva e pertinente na redação.”
Professor Roberto Guimarães
Professor de Filosofia e Sociologia dos colégios Start Anglo Bilingual School e STG do Rio de Janeiro
“Achei o tema bastante interessante e relevante. Nas últimas duas décadas, discute-se com frequência a inserção das pessoas idosas no mercado de trabalho e na vida social. Tivemos avanços importantes, como o Estatuto do Idoso, mas, apesar disso, ainda vemos essa população sendo excluída de diversos processos, tanto profissionais quanto sociais.
O filósofo contemporâneo Byung-Chul Han, sul-coreano radicado na Alemanha, afirma em uma de suas obras que, hoje em dia, as pessoas mais velhas, para serem aceitas em determinados círculos sociais, precisam parecer cada vez mais jovens. Ou seja, mesmo com todos os ganhos sociais, sejam eles legais ou midiáticos, o desafio de se aceitar o próprio envelhecimento ainda é enorme. É uma reflexão necessária e muito atual.”

Professor Alysson Franco Abrantes
Professor de Língua Portuguesa e Literatura dos colégios Start Anglo Bilingual School e STG do Rio de Janeiro
“Baseado nesse tema, é interessante destacar como repertório sociocultural o conto ‘Feliz Aniversário’, de Clarice Lispector.
A narrativa apresenta Anita, uma senhora de 89 anos, desprezada por seus próprios familiares durante a comemoração de seu aniversário. Os convidados comparecem à festa mais pelo encontro social do que pela celebração da vida da idosa.
Clarice trabalha a temática de forma reflexiva, dentro da terceira fase do Modernismo, levantando uma crítica sensível sobre o envelhecer e o lugar reservado aos mais velhos na sociedade.”
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