Simplesmente inaceitável!, por Helena Ribeiro
No dia a dia do Sindicato nos deparamos com várias situações que chamam a atenção e que exigem uma ação vigorosa de nossa parte. Apesar de muitos avanços o desrespeito ao trabalhador e a tentativa de subjugá-lo é uma constante. Mas tem algo que incomoda muito pela crueldade das decisões e o “empurra com a barriga”: a aposentadoria.
Depois de trabalhar a vida inteira, grande parte em atividades insalubres ou periculosas, o momento de entrada na aposentadoria primeiro é comemorado. Depois vira um martírio pelas exigências de comprovações que já estão amplamente comprovadas com documentos. Sem falar nos adoentados que são empurrados de volta para a empresa sem condições de exercer suas atividades.
Conseguida a aposentadoria, quase sempre após muita espera, vem o “fator previdenciário” aniquilar o valor a ser recebido. “Ah! O valor caiu porque você é muito novo para se aposentar”……”Ah! Se você contribuir mais 5 anos o valor aumenta”. Estes chavões servem para esconder que entra governo sai governo, a aposentadoria está longe de ser digna. As chamadas “reformas” que vira e mexe são feitas na verdade são desmanches. A última, por exemplo, foi um escárnio, uma ofensa aos trabalhadores, aos mais necessitados.
Aumento salário mínimo e sobrevivência do trabalhador
Mas, o mais revoltante é que não se mexe com a aposentadoria do judiciário e dos militares. Uma recente notícia causou indignação. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) “puniu” no final do mês de maio o juiz Marcos Scalercio com “aposentadoria compulsória” após ele ter sido acusado de assédio sexual e importunação contra ao menos três mulheres. Os crimes perduraram de 2014 até 2020 e a “punição” agora com a “aposentadoria compulsória” é ir para casa e receber R$ 33 mil por mês. A legislação pode repetir mil vezes que isso é legal, mas a imoralidade é imensurável e o tratamento diferenciado precisa ser combatido. Isso é inaceitável!
Helena Ribeiro da Silva
Presidenta do SEAAC de Americana
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