Com o combustível cada vez mais caro no Brasil, quem sofre é o consumidor que, mesmo sem reajuste do salário mínimo há mais de sete meses, precisa desembolsar mais na hora de encher o tanque. Na primeira semana de julho, a Petrobrás anunciou uma alta de 6% no valor do GLP (gás liquefeito de petróleo), 6,3% no óleo diesel e 3,7% no valor da gasolina, que já tem estado acima dos cinco reais por litro por mais de cinco meses.
Para o professor da área de Gestão de Negócios do ISAE Escola de Negócios, Carlos Magno Bittencourt, as constantes altas prejudicam não só o bolso do consumidor como o próprio setor. “Essa alta impacta negativamente sobre o consumidor e sobre toda a sociedade de forma abrangente, pois gera um efeito dominó, ainda mais quando o modal de escoamento da riqueza e distribuição dos produtos é realizado pelo transporte rodoviário”, afirma. “Isso resulta também em uma inflação maior, pois a maioria dos produtos sofre uma elevação nos preços”, diz o especialista.
Por conta disso, é preciso arrumar alternativas para driblar o saldo negativo na conta no final do mês e conseguir economizar. De acordo com Magno, evitar gastos desnecessários com o combustível pode ser uma das formas de controlar o dinheiro. “Sempre planejar, colocar na ponta do lápis quanto tem orçado para gastos com combustível. Se tem dois carros, otimizar o uso. Sair junto com outras pessoas, por exemplo, pode ser uma alternativa, além de alterar trajetos para contemplar a saída única do veículo”, destaca o professor.
Além disso, a troca de veículos que usam apenas um tipo de combustível para um modelo flex pode ser a solução a longo prazo para uma economia maior com os gastos dessa área. “Se for um veículo que gaste muito e gere poluentes por ser antigo, vale a pena trocar. Mas também deve-se escolher um modelo que economize combustível”, afirma Carlos Magno.
Sobre carros elétricos, o especialista destaca que também são uma opção econômica para o gasto com combustíveis, mas de valor elevado como veículo de uso habitual. “Ainda não temos no Brasil a produção em larga escala, o que revela preços altíssimos deste tipo de veículo, fora a infraestrutura de postos para abastecimento com a nova matriz energética, que substitui os combustíveis de origem fóssil. Países desenvolvidos já planejam a extinção de veículos que utilizam esta matriz poluente, em busca de um planeta mais sustentável e com fontes limpas de energia, mas o Brasil ainda não está pensando nisso como prioridade”, conclui o professor do ISAE.