As vendas do e-commerce brasileiro no primeiro semestre

de 2023 recuaram 7,3%, totalizando R$ 119 bilhões, em comparação com o mesmo período do ano anterior, devido à diminuição no número de pedidos.

A informação consta da 48ª edição do Webshoppers, relatório elaborado pela NIQ|Ebit, considerado a principal fonte de informações sobre o cenário do comércio eletrônico no país. Com mais de 20 anos no mercado, o Webshoppers traz inteligência sobre tendências, comportamento do consumidor, categorias de produtos mais vendidas, além dos tradicionais dados sobre faturamento, ticket médio e pedidos. O relatório, o primeiro do Brasil a fazer a leitura do mercado eletrônico, tornou-se um guia para tomadores de decisões que precisam entender as nuances deste mercado por trazer inteligência para além dos dados.

Nesse sentido, o desempenho do semestre é atribuído a um início de ano mais fraco, com os consumidores mais cautelosos em relação aos gastos diante de um cenário econômico mais complexo. No entanto, a partir do segundo trimestre, a queda no ritmo das vendas desacelera, seguindo um sentimento mais positivo dos shoppers.

“Por mais de 20 anos, temos monitorado o e-commerce e analisado o comportamento do consumidor e isso tem mudado ao longo do tempo. Mas hoje estamos vendo que há um impacto mais forte dos movimentos econômicos diante da importância e tamanho do comércio online é para a vida do brasileiro”, afirmou o head de e-commerce da NIQ|Ebit, Marcelo Osanai. “Está claro agora que o consumidor está buscando oportunidades para ampliar suas compras pensando em praticidade”, acrescentou.

Ele explicou que, mesmo diante das adversidades econômicas, as oportunidades aparecem para as categorias de giro rápido – como alimentos, bebidas e perfumaria –, que adentraram a esfera online dos shoppers e continuam a apresentar um desempenho superior aos demais setores de vendas.

Os resultados por categoria corroboram com a observação de Osanai. Enquanto o faturamento da Perfumaria e Cosméticos cresceu 5,3%, Alimentos e Bebidas tiveram um leve recuo de 1,4%, e a categoria Saúde registrou uma queda de 3,5%. Esse movimento foi mais suave em comparação com produtos de maior ticket médio no e-commerce.

Vendas online no Brasil recuam 7,3% no 1o semestre

Por outro lado, Telefonia sofreu uma retração de 40%, seguida por Moda e Acessórios (-26,1%), Eletrônicos (-23,8%), Informática (-20,4%), Eletrodomésticos (-13,9%) e Casa e Decoração (-12,3%). No entanto, na avaliação da NIQ|Ebit, essa retração nas categorias de maior peso no faturamento bruto total do e-commerce reflete um planejamento mais cuidadoso por parte dos consumidores. Nas três principais classes de produtos (Telefonia, Eletrodomésticos e Casa e Decoração), houve um aumento no ticket médio, respectivamente, de 5,4%, 1,5% e 0,4%.

“Os shoppers estão mais atentos e estão planejando melhor seu orçamento pessoal, já que claramente estão diminuindo a quantidade de pedidos e aumentando o valor gasto em suas compras, considerando essas categorias”, afirmou Marcelo Osanai.

PERFORMANCE

No primeiro semestre, conforme o Webshoppers 48, 53 milhões de shoppers realizaram compras online no Brasil, representando um aumento de 6% em relação ao primeiro semestre de 2022, quando esse número era de 49,8 milhões.

As categorias de Produtos de Giro Rápido de Gôndolas (FMCG) continuam a exibir um desempenho superior ao restante do e-commerce, indicando potencial de crescimento para empresas que operam nesse segmento. De acordo com Osanai: “Há uma demanda dos shoppers por mais praticidade; isso é evidente nos últimos trimestres. Eles desejam a conveniência de comprar online alimentos, bebidas, produtos de higiene e perfumaria e recebê-los na porta de casa.

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” De acordo com os dados do Webshoppers 48, as cestas de Higiene e Beleza (+6,4%) e Limpeza (+11%) destacaram-se em relação às demais no faturamento bruto, contribuindo positivamente para o semestre. Alimentos mantiveram-se praticamente estáveis, com uma variação negativa de 0,6%, seguidos por Bebidas (-2,5%). A venda de produtos da cesta de bazar teve um recuo de 21,1%.

A NIQ Ebit também avaliou os motivadores de compras dos shoppers ao usarem aplicativos de delivery de supermercados e farmácias. A conclusão foi a de que entrega gratuita, descontos e praticidade são os principais impulsionadores. No caso dos apps de supermercados, em primeiro lugar aparece o frete grátis, com 66%, seguido por promoções (58%), cupons de desconto (46%), economia de tempo (41%) e a comodidade de não precisar sair de casa (36%). Nos aplicativos de farmácias, o principal motivador foi a promoção de itens com preços menores (58%), seguido por frete grátis (54%), a conveniência de não precisar sair de casa (40%) e economia de tempo (38%).

Para destacar as oportunidades oferecidas pelo canal online para todos os tipos de varejistas operando em diversos setores, o Webshoppers 48 concluiu que as lojas que operam exclusivamente online, sem presença física, têm ganhado importância no faturamento. No total das vendas do e-commerce brasileiro, 62,2% vieram desse tipo de loja, mais de 5 pontos percentuais acima do desempenho do primeiro semestre de 2022, e bem acima dos 35,1% das cadeias que também operam fisicamente.

 

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