O Parque Ecológico recebeu, nesta quarta-feira (23), um novo morador: uma ariranha macho, jovem, chamada Uarini, nome da cidade de procedência do animal, no Amazonas. Altamente ameaçado de extinção, ele foi resgatado em 31 de maio por um grupo composto de membros do Instituto Mamirauá, Organização Social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

A ariranha foi levada até a cidade de Tefé, sendo transportada em um voo até Manaus, onde ficou alojada temporariamente no INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Recebeu o nome de Uarini em homenagem à cidade onde foi resgatada.

Nesta quarta-feira, a ariranha foi transportada, no trecho Manaus-Guarulhos, pela empresa aérea LATAM, por meio do Programa Voo Solidário, que transporta gratuitamente animais ameaçados de extinção, em colaboração com os programas de Conservação de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção, coordenados pela AZAB – Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil.

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De acordo com a LATAM, com o transporte do macho de ariranha, chega a 55 o número de animais transportados gratuitamente no Brasil em 2023 pelo Avião Solidário da LATAM para preservar suas espécies e contribuir com os ecossistemas brasileiros.

O transporte via terrestre da ariranha de Guarulhos até Americana foi feito pela Prefeitura de Americana.

O Zoo Americana já tinha um recinto à disposição para receber o novo habitante. O espaço recebeu manutenção e ambientação, especialmente com relação aos portões, piso e pintura. O antigo recinto pertencia à ariranha Jhonny, como era conhecido, um idoso de quase 20 anos, que morreu em abril de 2022.

A ariranha Uarini ficará, inicialmente, na área de cambiamento (restrita) no recinto e, posteriormente, poderá receber a visitação pública, segundo a bióloga do Parque Ecológico, Silvia Maria de Campos Machado Ortolano.

O secretário de Meio Ambiente, Fabio Renato de Oliveira, ressaltou a importância da parceria para a conservação e reprodução da espécie. “Americana está muito feliz em receber um indivíduo de ariranha macho, para que a espécie seja conservada e, futuramente, possamos encontrar uma fêmea para a reprodução. A escolha do município para o abrigo do animal demonstra que a estrutura do nosso Zoo é adequada para que o animal, que está ameaçado de extinção, seja bem cuidado e receba o carinho dos visitantes”, disse Fabio.

A espécie ariranha vive na região Amazônica e pode aparecer também no Pantanal, em grupos familiares e é um predador de peixes. Distingue-se claramente das outras lontras por suas características morfológicas, especialmente pela forma da cauda, que nas lontras é roliça e nas ariranhas, achatada.

Tem o maior comprimento corporal de todas as espécies da família. Os machos têm entre 1,5 e 1,7 metro de comprimento da cabeça à cauda e as fêmeas entre 1 e 1,5 metro.

É bem adequada para uma vida aquática, podendo fechar as orelhas e o nariz enquanto está debaixo d’água. É um animal especialmente barulhento, com um complexo repertório de vocalizações.

A ariranha possui pelo extremamente denso, tanto que a água não consegue penetrar na pele. Seu toque aveludado torna o animal muito procurado pelos comerciantes de peles e tem contribuído para seu declínio.

Histórico

Em maio, o Zoo Americana recebeu a informação sobre a existência de duas ariranhas vivendo na cidade de Uarini, no Amazonas. Estes animais estavam vivendo entre as pessoas, entrando em barcos para pegar peixes e atrás de alimento na cidade. Foi montado então um grupo para resgatá-los, mas um dos animais havia sido encontrado morto e sem informações sobre as circunstâncias de seu óbito.

Em 31 de maio, um grupo composto por membros do Instituto Mamirauá, Organização Social, supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, realizou o resgate da ariranha sobrevivente. Ela foi levada de lancha até Tefé e depois transportada em um voo até Manaus, onde ficou alojada temporariamente no INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, órgão do Governo Federal, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. No resgate, foi constatado que se tratava de um macho, que recebeu o nome de Uarini, uma homenagem à cidade onde foi resgatado.

Em junho de 2023, o Zoo de Americana foi consultado pela Studbook Keeper da espécie, pela bióloga Nancy Banevicius, se teria condições de receber o exemplar jovem resgatado.  De imediato, o Zoo se colocou à disposição para o recebimento do animal, visto que possui recinto adequado, dentro de todas as normas e recomendações do Ibama – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis e da SEMA – Secretaria Estadual de Meio Ambiente – SP.

Dois dias depois foi confirmada a notícia que havia uma recomendação do CENAP/ICMBIO – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos, ligado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, para que o animal fosse encaminhado ao Zoo de Americana.

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Parque Ecológico volta a ter uma ariranha; animal veio do Amazonas

 

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