Em apenas 7 meses, o município de Americana superou o número recorde de casos denunciados de estupro de 2013 inteiro, o pior dos últimos 10 anos.

O índice alarmante foi divulgado pela Secretaria Estadual de Segurança Pública, põe autoridades em alerta e mostra que Americana vive o terceiro ano seguido com aumento nesse tipo de crime.

A título de comparação, de janeiro a julho de 2020, durante a pandemia, foi registrado um aumento significativo nos casos. Foram 28 denúncias em Americana (o recorde para o mesmo período desde o início do levantamento, em 2001).No mesmo período de 2021 (janeiro a junho) foram 19 casos, e no ano passado, em 2022, foram 21 vítimas, também no período de sete meses.

Já este ano, a polícia recebeu 41 denúncias, sendo 8 só no mês passado, em julho. Um aumento de 195% com relação a 2022.

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Além dos números assustadores, a expectativa não é nada boa. Segundo publicação do IPEA em março de 2023, apenas 8,5% das vítimas denunciam os crimes de estupro.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNS/IBGE), e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), a idade média das vítimas é 13 anos, mas há um grande percentual de vítimas com idade entre 4 e 10 anos.

Confira o total de casos nos doze meses de cada ano em Americana:

2001: 9
2002: 10
2003: 18
2004: 04
2005: 09
2006: 21
2007: 04
2008: 13
2009: 21
2010: 34
2011: 48
2012: 50
2013: 40
2014: 19
2015: 26
2016: 39
2017: 32
2018: 29
2019: 29
2020: 39/28
2021: 31
2022: 34
2023: 41 em apenas sete meses.

Além dos números policiais, a rede municipal de saúde recebeu, só este ano, 38 vítimas de violência sexual menores de 14 anos. No ano passado inteiro foram 47.

Léa Amábile, coordenadora do Núcleo de Prevenção à Violência e Promoção da Saúde do município de Americana, acredita que esse número pode ser 10 vezes pior.

Ela ressaltou a importância das campanhas para disseminar as informações e a conscientização. “Precisamos esclarecer o que é a violência para que as vítimas procurem ajuda, os casos sejam notificados e, com esse registro, possam ser traçadas diretrizes para o atendimento de políticas públicas. 70% dos estupros são praticados por conhecidos das vítimas. O feminicídio, assassinatos de mulheres, são cometidos em razão do gênero, pelo simples fato de serem mulheres. Por isso, as campanhas são tão importantes para abordagem desta violência, que é muito séria e muito grave”, enfatizou.

Os canais de denúncias e a rede de atendimento estão disponíveis e podem ajudar, como assistência jurídica gratuita da Ordem dos Advogados, Patrulha Maria da Penha da Guarda Municipal de Americana (3461-8631)), denúncias pelo 153 da GAMA, Procuradoria Especial da Mulher da Câmara Municipal, Delegacia da Mulher (3405-3390), 190 da Polícia Militar, Central de Polícia Judiciária (3461-9787), Ligue 100 ou 180 para denúncias anônimas, abrigo temporário e Conselho Municipal dos Direitos da Mulher.

É importante destacar que, em caso de estupro, a vítima tem direito a atendimento médico imediato, sem necessidade de boletim de ocorrência.

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EXCLUSIVO: Americana bate recorde de casos de estupro

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