E você, venderia sua íris?

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E você, venderia sua íris?

A startup de Sam Altman, fundador da OpenAI, está no centro de uma grande controvérsia após oferecer pagamentos em troca da coleta de dados biométricos de milhares de brasileiros.

Para entender e alertar sobre os riscos e as questões éticas envolvidas, resolvemos em conjunto escrever este artigo.

A proposta da Tools for Humanity de pagar por escaneamentos de íris gerou um debate acalorado sobre os limites da privacidade na era digital.

A polêmica em torno da venda da íris no Brasil vai além das questões éticas sobre privacidade e segurança de dados. Ela revela um cenário socioeconômico complexo, no qual a vulnerabilidade de muitos brasileiros os torna alvos fáceis para propostas que, à primeira vista, parecem tentadoras.

Acreditamos que a situação socioeconômica facilita a manipulação através da desinformação, tornando aliada poderosa para aqueles que buscam lucrar com a vulnerabilidade de muitos brasileiros.

Muitos não sabem que a íris é única para cada indivíduo, como uma impressão digital ocular. Ao entregá-la a uma empresa, estamos renunciando a um dos nossos identificadores mais exclusivos e as implicações dessa decisão vão além do mero ato de venda.

Com a leitura da íris é possível saber:

1. Estado Geral de Saúde

• Desequilíbrios sistêmicos: Sugestão de áreas do corpo que possam estar em desequilíbrio ou funcionando abaixo do ideal.

• Tendências para doenças crônicas: Alguns padrões ou marcas podem sugerir predisposição a problemas de saúde, como digestivos ou respiratórios.

2. Força Constitucional

• Avaliação da vitalidade e resistência natural da pessoa com base na textura da íris.

• Identificação de um sistema imunológico forte ou fraco.

3. Níveis de Estresse e Toxinas

• Áreas da íris podem ser associadas ao acúmulo de toxinas ou ao impacto de estresse crônico em órgãos específicos.

4. Órgãos Específicos Afetados

• Praticantes acreditam que diferentes áreas da íris correspondem a órgãos e sistemas do corpo, criando um “mapa” para análise.

5. Deficiências Nutricionais

• Alterações na cor ou textura da íris podem indicar carências nutricionais, como falta de vitaminas ou minerais.

6. Herança Genética

• Sugestões sobre predisposições genéticas baseadas nas características herdadas da íris.

Ressaltamos que esta coleta de dados biométricos em troca de pagamentos levanta questões éticas complexas, com isto é fundamental que a sociedade como um todo participe desse debate e exija transparência e segurança na utilização desses dados.

A venda da íris não é apenas uma transação comercial, mas uma renúncia à nossa identidade única.

É crucial que a sociedade se mobilize para exigir leis mais rigorosas na proteção de dados biométricos e que as empresas sejam transparentes sobre o uso dessas informações. Não podemos permitir que a busca por lucro comprometa nossa privacidade e segurança.

É hora de dizer não à comercialização de nossas identidades

Por Patricia Hatae – Diretora de Inovação e Tecnologia do Grupo São Cristóvão Saúde e Leandro Ribeiro – Gerente de Segurança da Informação no Sírio-Libanês e Instrutor InterHunter Academy

 

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