Ozempic, Wegovy e Mounjaro: Existe uma melhor opção?

Leia+ Sobre saúde aqui no NMomento

 

A popularização de medicamentos Ozempic, Wegovy e Mounjaro — e mais recentemente, o lançamento do Olire —, reacendeu o debate sobre o uso dessas substâncias originalmente desenvolvidas para o tratamento de diabetes tipo 2. Inicialmente voltados ao controle glicêmico, esses fármacos ganharam visibilidade por promoverem perda de peso em um curto prazo, o que levou a um aumento da demanda, inclusive fora das indicações aprovadas em bula.

“O que vemos é a banalização do uso. É importante lembrar que são medicamentos potentes, com indicação precisa e risco quando utilizados sem acompanhamento”, afirma Marcio Krakauer, endocrinologista e diretor médico da startup de educação em medicina – G7Med. Ele defende que o termo popular “canetas emagrecedoras” distorce o papel clínico dos medicamentos. “Reduz a complexidade do tratamento a uma promessa estética, o que não condiz com a realidade de doenças crônicas como obesidade e diabetes.”

 

Semaglutida, tirzepatida e liraglutida: como se diferenciam?

A semaglutida é o princípio ativo comum ao Ozempic e ao Wegovy. A diferença entre os dois está na dosagem e na indicação: o Ozempic é aprovado para diabetes tipo 2, com dose semanal de até 1 mg; já o Wegovy, com doses até 2,4 mg por semana, é indicado para pessoas com sobrepeso e comorbidades ou com obesidade.

O Mounjaro, por sua vez, é composto por tirzepatida, uma molécula com ação dupla — atua nos receptores dos hormônios GLP-1 e GIP — e tem demonstrado maior eficácia na perda de peso. O recém-lançado Olire tem como base a liraglutida, a mesma do Saxenda. Com aplicação diária, é considerada menos potente do que as demais.

 

Indicações, eficácia e limitações


Segundo Krakauer, todas as medicações têm indicações semelhantes: pacientes com obesidade clínica, comorbidades metabólicas, resistência à insulina ou diabetes tipo 2. Mas a prescrição precisa ser individualizada, levando em conta eficácia, efeitos colaterais, disponibilidade, custo e tolerância individual.

A título de comparação:

  • Mounjaro (tirzepatida): até 22% de perda de peso
  • Wegovy (semaglutida): cerca de 15%
  • Olire (liraglutida): entre 8% e 9%

“Todas as opções podem ser eficazes, mas a resposta é individual. Algumas pessoas apresentam efeitos adversos e podem não tolerar determinadas substâncias”, explica o médico. Entre os efeitos mais comuns estão náusea, diarreia, constipação, dores abdominais e, em alguns casos, astenia e perda de prazer nas atividades diárias. Segundo o especialista, nesses casos o tratamento deve ser suspenso.

 

Ozempic, Wegovy e Mounjaro: Existe uma melhor opção?

Uso contínuo e abordagem multidisciplinar


Por serem indicados no tratamento de doenças crônicas, como obesidade e diabetes tipo 2, esses medicamentos não têm tempo limite de uso. “Trabalhamos com o conceito de dose máxima tolerada (DMT). A suspensão abrupta, especialmente sem orientação, pode levar à recuperação de peso ou à descompensação do diabetes em mais de 90% dos casos”, diz o endocrinologista.

 

+ NOTÍCIAS NO GRUPO NM DO WHATSAPP