Agosto Lilás: Nova Odessa une forças para atender as vítimas de violência
Reunião define fluxo de acolhimento em protocolo integrado
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O Agosto Lilás, mês dedicado à conscientização e ao enfrentamento da violência contra a mulher, foi marcado uma ação estratégica em Nova Odessa. Nessa sexta-feira (15), representantes de serviços essenciais do município se reuniram no Cresam (Centro de Referência da Saúde da Mulher) para alinhar a integração dos protocolos de atendimento entre as unidades de saúde e assistência social e fortalecer a rede de proteção às vítimas.
O encontro reuniu lideranças importantes para o êxito das públicas voltadas à mulher em Nova Odessa: Paula Mestriner, coordenadora da Vigilância Epidemiológica municipal e do CRI (Centro de Referência em Infectologia); Solange Paulon, coordenadora do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social); Cristiane Mareschi, coordenadora do Cresam; e Carla Lucena, secretária adjunta de governo, que também representou o Conselho Municipal da Mulher.
Juntas, elas focaram em um objetivo claro: garantir que toda mulher que busca ajuda, independentemente da porta de entrada no sistema público, receba um atendimento integrado, ágil e humanizado, sem revitimização.
A mulher que sofre violência doméstica pode buscar ajuda de diferentes formas:
Violência sexual
Em caso de violência sexual, a mulher deve procurar atendimento o mais rápido possível no Hospital Municipal, que funciona 24 horas, ou na UBS (Unidade Básica de Saúde) mais próxima. O suporte médico inicial inclui Profilaxia Pós-Exposição (PEP) contra o HIV, medicamentos para prevenção de sífilis, gonorreia e clamídia, além de pílula do dia seguinte para evitar gravidez indesejada. O acompanhamento é feito na unidade de preferência da mulher, podendo ser o CRI, a UBS ou o Cresam, que também oferece atendimento psicológico.
Violência física
Em caso de lesões físicas, a mulher deve procurar o Hospital Municipal, onde receberá atendimento médico para o ferimento e a dor física, além de orientações para o registro da ocorrência. Também poderá optar por encaminhamento ao Cresam ou ao Creaspara acompanhamento psicológico.
Outras portas de entrada
É comum que, ao invés de procurar ajuda no Hospital ou na UBS, a mulher vítima de violência busque apoio no Cresam ou no Creas. O protocolo existente nestas unidades também já aciona os primeiros cuidados e registros.O Cresam oferece acolhimento específico para consultas ginecológicas, planejamento familiar ou acompanhamento de saúde da mulher, podendo fazer outros encaminhamentos dentro da rede de saúde.
Já o Cresam é o serviço especializado da Assistência Social para situações de violação de direitos, como violência doméstica. A unidade oferece acompanhamento psicossocial, orientação jurídica e encaminhamentos para a rede de proteção (como casas de abrigo) quando necessário.
Atualmente, cada serviço possui seu próprio fluxo e protocolo. A integração proposta busca criar uma rede de atendimento verdadeiramente conectada.
Avaliação das gestoras
Cristiane Mareschi, coordenadora do CRESAM, defendeu que a integração é vital. “Queremos que a mulher, ao buscar qualquer um desses serviços, encontre um caminho único e seguro de proteção, sem barreiras entre as unidades”, explicou.
Solange Paulon, coordenadora do CREAS, explicou que um atendimento fragmentado pode agravar o sofrimento. “Unir nossos protocolos significa colocar a vítima no centro”, afirmou.Paula Mestriner, coordenadora da Vigilância Epidemiológica e do CRI, ressaltou a importância da Saúde neste contexto. “Identificar a violência nos serviços de Saúde, notificar adequadamente e garantir o encaminhamento imediato para a rede de proteção são passos importantes para salvar vidas e interromper ciclos de violência. Esta integração fortalece toda a rede”, destacou.
Carla Lucena, secretária adjunta de governo e membro do Conselho Municipal da Mulher valorizou a iniciativa. “Garantir que a mulher escolha seu caminho de acolhimento é dar voz a quem foi silenciada. Esta é a essência do Agosto Lilás, transformar luta em ação”, concluiu.
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