?? curioso lembrar que um filme que trata de um personagem preso no tempo esteja comemorando 25 anos. ?? o caso de ‘Groundhog Day’ (‘O Feitiço do Tempo’, de 1993), dirigido por Harold Ramis e estrelado por Bill Murray e Andie MacDowell. ?? curioso lembrar que, inicialmente recebida com frieza, a obra se tornou clássica e respeitada.

O enredo se passa em Punxsutawney, Pensilvânia, EUA. O protagonista é um arrogante meteorologista de TV escalado para a cobertura do tradicional Dia da Marmota (2 de fevereiro), em que todos esperam a saída do animalzinho de sua toca para saber a duração do clima de inverno.
O repórter fica, contudo, preso nesse dia, repetido infinitamente. Apenas ele percebe a própria situação enquanto todos fazem exatamente a mesma coisa. O inusitado dessa experiência faz com que ele inicialmente busque tirar proveito em benefício próprio pela vantagem estratégica de conhecer “com antecipação” os fatos daquele dia. Porém, para conquistar o que mais deseja, o coração da produtora de sua equipe, só há um caminho: tornar-se uma pessoa melhor.
Atingido com sinceridade esse objetivo, o jornalista liberta-se do feitiço inexplicável segue a vida ao lado de quem ama. Existe no filme, portanto, uma moral edificante. A repetição leva à aprendizagem de modo a atingir um crescimento pessoal. ?? claro que é difícil saber se a tese é verdadeira ou não. De qualquer modo, 25 anos depois, a obra obteve êxito, permanece atual e inesquecível, o que é um alento.
Oscar D’Ambrosio, mestre em Artes Visuais e doutor em Educação, Arte e História da Cultura, é Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Méicas da Santa Casa de São Paulo.