Ela é elegante, sofisticada e possui uma textura que acolhe e acalma. Com todos esses adjetivos, fica fácil entender como a camurça se tornou um material tão importante na arquitetura de interiores e um pedido em constante crescente de moradores para arquitetos. “Eu recomendo o uso quando queremos adicionar uma textura para deixar o ambiente ainda mais aconchegante e elegante“, opina a arquiteta Andrea Teixeira, à frente do seu escritório, que adora trabalhar com o material nos mais diversos projetos que assina.

 

Somada as qualidades já elencadas, ela também destaca a atemporalidade do toque felpudo. “Sem dúvidas, a camurça está no rol de elementos sempre muito bem aceitos nos projetos, pois o visual e o sensorial sempre agradam os clientes logo no primeiro contato”, complementa a profissional que aposta no item tanto em estilos mais clássico, como em soluções com um viés mais inovador.

 

Pontos de atenção para trabalhar a camurça no décor

Umas das referências mais habituais da camurça está no revestimento de mobiliários como poltronas, cadeiras e sofás, tornando-a facilmente exposta em livings e varandas para potencializar o conforto e deixar o espaço mais convidativo e acolhedor.

Com poltronas azuis em camurça, a sala de jantar ganhou destaque e sofisticação. Com sutileza, as peças brilham sob a base neutra proporcionada pela marcenaria clara | Projeto escritório Andrea Teixeira e Fernanda Negrelli – autora Andrea Teixeira | FOTO: Leandro Furini

Ademais, a camurça oferece uma enorme gama de potencialidades, podendo ser usada em diferentes cômodos, sempre de acordo com uma avaliação precisa do profissional de arquitetura. “Para que ela seja bem trabalhada, é importante pensarmos no modo como será usada e qual efeito queremos que adicione no espaço”, explica a Andrea.

 

Essa análise também abre o leque para a escolha do tipo do produto, que pode ser a natural, extraída da parte inferior da pele do animal e conhecida por um certo grau de dificuldade para sua manutenção, ou a sintética, que propicia as mesmas funções e com aparência idêntica. “Sem contar que o preço é mais acessível e com o devido respeito ao meio ambiente“, avalia.

Para a composição do painel, a camurça sintética foi paginada em formatos geométricos para um expressivo e grandioso mosaico na altura que compreende do piso ao teto do pé direito duplo | Projeto escritório Andrea Teixeira e Fernanda Negrelli – autora Andrea Teixeira | FOTOS: Evelyn Muller

A arquiteta Andrea Teixeira também indica investir na composição da camurça com outros materiais, assim como realizou no projeto acima: uma mescla poderosíssima com o ripado de madeira que recebeu prateleiras para exposição de objetos decorativos e o mármore que reveste o painel da TV e a lareira.

 

Camurça na acústica arquitetônica

Somado ao visual, um dos grandes trunfos do está na capacidade de proporcionar isolamento sonoro, pois devido a sua espessura, ajuda atenuar a saída do som para além do espaço delimitado, bem como a entrada dos ruídos externos. “A camurça é muito funcional quando o objetivo é conceber uma sala de cinema dentro de casa, deixando os momentos de assistir a filmes, séries e novelas muito mais imersivos com essa absorção sonora“, observa Andrea.

Para o home theater desse apartamento, a profissional propôs placas de camurça que, ao serem paginadas, auxiliam na proteção acústica | Projeto escritório Andrea Teixeira e Fernanda Negrelli – autora Andrea Teixeira | FOTO: Nenad Radovanovic Fotografia

Dormitórios elegantes com camurça

É inegável que todos os benefícios da camurça ganham um novo significado quando o material é inserido no dormitório, afinal todo os principais propósitos do ambiente podem ser alcançados através do material: o aconchego tão fundamental para um sono de qualidade e o controle sonoro, ideal para embalar o sono com a tranquilidade.

Com a cabeceira de camurça vai da cama ao teto, a beleza da camurça paginada em blocos | Projeto escritório Andrea Teixeira e Fernanda Negrelli – autora Andrea Teixeira | FOTO: Raphael Briest

Além das tradicionais cabeceiras, é possível trazer a camurça em outros elementos como o painel da TV – aqui, a prerrogativa dos home theaters também é aplicada para promover um som de qualidade.   

Um amplo painel de camurça foi fixado, também, de frente para a cama, como um painel acolchoado e um efeito espelhado | Projeto escritório Andrea Teixeira e Fernanda Negrelli – autora Andrea Teixeira | FOTOS: Raphael Briest

Os dormitórios mais compactos, como os de solteiro, também podem (e devem) usufruir dos benefícios do material. “No caso das cabeceiras, é interessante analisar o dormitório como um todo e pensar no layout e na metragem para, só então, elaborar a peça com o encaixe perfeito“, orienta Andrea.

No primeiro dormitório, à direita, o mix entre a camurça e a madeira entregou uma cabeceira vertical que une a cama ao teto. Já no segundo projeto (à esquerda), o rosa da camurça propiciou um cenário lúdico e reconfortante para a moradora, com uma cabeceira que, de um lado, se estende até o final da parede | Projeto escritório Andrea Teixeira e Fernanda Negrelli – autora Andrea Teixeira | FOTOS: Evelyn Muller

Sobre Andrea Teixeira Arquitetura e Interiores

Desde pequena, Andrea Teixeira sempre foi muito artística. Cursou Arquitetura e Urbanismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, trabalhou por anos na edificação de prédios e resolveu migrar para a arquitetura de interiores para estabelecer um contato mais próximo com os detalhes de cada projeto e dos seus clientes. Depois de atuar em grandes escritórios paulistanos, lançou-se no empreendedorismo de abrir seu próprio negócio para executar os projetos segundo suas próprias referências. Desde então, segue como destaque entre os grandes nomes do segmento e já atuou em grandes mostras de arquitetura do país como a CASACOR São Paulo, em que participou por mais de uma década, e a mostra Artefacto.