Quer dolarizar- A vitória do libertário Javier Milei, no último domingo (19), no segundo turno

da eleição presidencial da Argentina tem grandes consequências para a economia do país, que enfrenta dificuldades, incluindo o destino do peso. O presidente quer dolarizar a economia argentina e isso significa que o país renunciaria ao peso argentino e utilizaria o dólar americano como moeda.

Além disso, Milei também pede o fim do Banco Central Argentino. Para o presidente, as duas medidas são necessárias para conter a inflação, que deve chegar a 138% este ano.

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Na América Latina, três países (Panamá, Equador e El Salvador) adotaram as medidas nas últimas décadas. O Panamá dolarizou sua economia no começo do século 20. Recentemente, Equador e El Salvador mostraram que a substituição da moeda nacional pelo dólar teve impacto direto no controle inflacionário, como tem dito Milei. Entretanto, a medida também provoca outros efeitos na economia que precisam ser considerados.

Dolarizar a economia argentina é a melhor saída?

Mas será que essas medidas propostas pelo vencedor das eleições vão resolver os problemas econômicos da Argentina?

De acordo com o economista e consultor financeiro Roger Correa –brasileiro/americano que atua há mais de 20 anos nos EUA, a dolarização pode sem dúvida controlar a inflação no curto prazo, porém as políticas monetárias poderiam ser comprometidas uma vez que os rumos da moeda local passa a ser vinculada de certa forma as decisões do Federal Reserve Bank (FED) americano. “De forma informal parte da economia Argentina já está dolarizada, uma vez que com o crescer da crise econômica que assola o país, a credibilidade da moeda local fica sobre grande pressão, a inflação corrói rapidamente o poder de compra assustando ainda mais a população no que tange segurança cambial, dessa forma a população acaba naturalmente buscando o dólar como meio de troca local, por seu poder e estabilidade”, explica o especialista.

“A partir do momento que o governo para de imprimir sua própria moeda de forma desenfreada, visto que agora a moeda de troca é o dólar, isso impede o governo de colocar excesso de papéis no mercado para financiar déficit público, o que de certa forma contínua auto procriando a inflação local, criando um ciclo vicioso para o país. No aspecto negativo dessa equação uma vez com a economia dolarizada, o FED americano acabaria de certa forma controlando indiretamente o rumo das taxas de juros Argentinas. Em suma, a dolarização é um grande band-aid para a economia Argentina no curto prazo, mas no longo prazo pode vir a trazer consequências negativas para um país em dificuldade”, acrescenta Correa.

 

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