De acordo com levantamento inédito do Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE, ao menos 10% dos estagiários são os únicos responsáveis pelo sustento da família, percentual regrediu 1% em relação ao ano passado, mas está longe dos 6% registrados no início da série histórica, em 2019. Ao menos 68% dos entrevistados afirmam auxiliar nas despesas da família.
A pesquisa encomendada ao IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), realizada em prol do 15º Prêmio CIEE Melhores Programas de Estágio, apontou que 48% dos quase 12 mil estagiários entrevistados têm renda familiar de até R$ 2.824,00. Ainda no recorte de renda, pelo menos 16% dos estagiários afirmaram compor o orçamento familiar com o Bolsa Família, 9% contam com outros benefícios Federal/Estadual/Municipal, e 2% recebem o BCP (Benefício Assistencial de Prestação Continuada).
A pesquisa também apontou que a Bolsa-Auxílio, recebida ao longo do contrato de estágio, chegou a R$1.108,10 em nível nacional, maior patamar da série histórica. Entretanto, o destino do valor segue semelhante aos últimos levantamentos. Ao menos 32% dos estagiários afirmam que o principal gasto é a mensalidade escolar, seguido por demandas familiares, como despesas da casa (16%), alimentação (11%) e moradia (9%).
Para arcar com os gastos referentes às mensalidades escolares, 40% dos respondentes afirmaram utilizar sistema de bolsas ou programa de financiamento estudantil. Ao menos 21% optaram por programas oferecidos pela própria instituição de ensino na qual estão matriculados, já 11% utilizam o ProUni (Programa Universidade para Todos), 5% programas oferecidos por outras instituições e 3% o FIES (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior).
Futuro dos estagiários
De maneira inédita, foi questionado aos estagiários as perspectivas em relação ao futuro profissional e 51% deles, mais da metade, gostaria de ser efetivado na empresa na qual está estagiando. Esse índice chegou a 54% nas regiões Nordeste e Norte.
Já 20% dos estudantes ouvidos gostariam de conquistar uma vaga dentro da modalidade CLT. Enquanto 13% ainda não decidiram o que fazer, 11% desejam ingressar em outro estágio antes do final do curso, 3% buscam empreender, 2% almejam trabalhar/estudar em outro País e 1% busca uma posição na modalidade de prestador de serviço, sem registro em carteira de trabalho. Em uma escala de 0 a 10, os estagiários avaliam em 9,1 a organização na qual estão estagiando.
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Quando o tema é futuro do mundo do trabalho, 63% discordam que o registro na carteira de trabalho não será uma realidade nos próximos anos, já 60% dos entrevistados não acreditam que a modalidade CLT tira a liberdade das pessoas.
Confira abaixo os destaques desta edição: