A coleção chamada “Piracema” recebe esse nome por abordar um período importante para muitas espécies de peixes da região Amazônica.

A piracema é um fenômeno anual, no qual algumas espécies de peixe nadam rio acima para completar seu ciclo de vida e dar continuidade a sua espécie.

A palavra piracema vem do Tupi-Guarani e significa “subida do peixe” (pira= peixe e cema= subida).

 

A coleção narra de forma poética o respeito pela floresta, peixes e rios da Amazônia pelas comunidades tradicionais ribeirinhas e indígenas da região Norte do Brasil.

Elementos como a malhadeiramatapikakuri (armadilhas para peixes), sementes da região de Igapó, escamas de pirarucu, são materiais utilizados para contar essa história na composição dos looks.

Piracema surge como uma metáfora, conectando a importância dos rios e suas águas, com a fertilidade e prosperidade proveniente dos peixes, sendo a principal fonte de alimentação para as comunidades tradicionais no Brasil, principalmente na região Norte.

Associado a memórias afetivas do estilista e de artistas indígenas convidados para falar sobre suas lembranças contadas pelos mais velhos (pais e avós).

 

A produção das peças da coleção foi dividida entre artesãs de Manaus e de São Paulo, desenvolvida majoritariamente por mulheres indígenas.

 

A coleção utiliza uma abordagem de alfaiataria moderna, com destaque para o tecido 100% algodão e 100% Rami fornecido pela Focus Têxtil. Além disso, há a utilização de tecidos que mesclam algodão e seda, proporcionando maior fluidez às peças. Durante o processo de construção artesanal, a escama de Pirarucu é utilizada para a confecção de bordados, em peças mais estruturadas, fios de tucum e juta, que são utilizados na construção de tramados manuais, com técnicas como o crochê e a própria técnica utilizada na confecção das malhadeiras.

 

MANUALIDADES e FORÇA AMAZÔNIDA 

O trabalho foi realizado em estreita colaboração com os artesãos e associações indígenas de Manaus e São Gabriel da Cachoeira – AM, refletindo a cultura e o fazer manual, e buscando trazer para as passarelas a visão de Maurício, que acompanhou de perto todos os processos, desde a colheita até a confecção.

 

ASSAI – Associação dos Artesãos Indígenas de São Gabriel da Cachoeira;

AMARN – Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro, ambas especializadas em fibra de tucum.

AMISM – Associação das Mulheres Indígenas Sateré-Mawé, especializadas em bordados em sementes de açaí;

 

Os sapatos são da marca amazonense Rayz Shoes, que utiliza fibras naturais no design das peças. As bolsas artesanais são da marca AIMI, também amazonense, que desenvolve peças exclusivas com couro certificado. Os acessórios levam a assinatura do design à frente da marca mineira, Carlos Penna e compõem a atmosfera da coleção.

 

Para o desenvolvimento da coleção, contamos com o apoio Institucional do SENACSP.

 

MÚSICA

A música desempenha um papel fundamental nas comunidades indígenas tradicionais como uma poderosa ferramenta de comunicação. Para a trilha sonora, será apresentada a tecnologia musical ancestral do DJ Eric Terena.

A proposta é criar uma atmosfera de sons da natureza, falas nas línguas indígenas Tupi-Guarani e Nheengatu.

 

SOBRE A MARCA

A marca Maurício Duarte carrega a força das raízes indígenas do seu idealizador. O propósito é transmitir através da moda a importância dos saberes ancestrais, demonstrando em cada uma de nossas peças a mesma força das pinturas corporais do nosso povo.

 

Construída e pautada por princípios de sustentabilidade e economia circular, focamos nos processos criativos de maneira artesanal e slow fashion. Acreditamos em um novo mundo de possibilidades, parcerias e oportunidades agregando toda a riqueza cultural, ancestral e a biodiversidade existente na Amazônia.