Médico esclarece as fake news mais comentadas em 2025 sobre canetas emagrecedoras: de “redução da libído” à “Ozempic face”
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As canetas de emagrecimento dominaram as discussões digitais em 2025, gerando uma onda de desinformação que se espalhou por TikTok, Instagram e grupos de WhatsApp. Entre os boatos mais compartilhados estava a afirmação de que “a caneta encolhe o pênis”, mito impulsionado por vídeos que exploravam o medo masculino. Segundo o médico Gabriel Almeida, CRM 180956, especialista em cirurgia geral que também atende pacientes na área de emagrecimento, não existe qualquer alteração anatômica causada pelos medicamentos. O que acontece é a redução da gordura na região pubiana, o que faz o órgão parecer maior. “Nenhuma caneta muda o tamanho do pênis. A impressão de diferença vem da perda de gordura ao redor, não do remédio”, explica.
Também circularam fake news envolvendo a vida sexual feminina, como a alegação de que as canetas “acabam com o orgasmo” ou “zeram a libido”. O médico esclarece que essas afirmações não têm base científica e misturam situações isoladas com interpretações exageradas. Ele afirma que algumas mulheres podem experimentar secura vaginal ou variações hormonais temporárias em processos de emagrecimento acelerado, mas isso não elimina a capacidade de prazer. “Não existe evidência de que as canetas eliminem o orgasmo ou o desejo sexual. Esses efeitos são individuais e, quando ocorrem, são manejáveis”, afirma.
Outro mito popular foi o de que o uso das canetas faria o paciente “engordar tudo de novo” de forma inevitável após parar o tratamento. Essa narrativa ganhou força em vídeos virais que simplificavam a obesidade e ignoravam sua natureza crônica. Dr. Gabriel reforça que o reganho ocorre quando o paciente interrompe a medicação ou abandona hábitos que sustentam o peso perdido. “A caneta não faz ninguém recuperar peso sozinha. O que determina o resultado a longo prazo é a continuidade do cuidado clínico”, destaca.
A chamada “Ozempic face” também esteve entre os temas mais mal interpretados do ano, levando muitos a acreditarem que o medicamento “derruba o rosto”. O médico explica que a flacidez ou aparência abatida não é causada pela ação da droga e sim pela perda rápida de gordura facial, fenômeno observado em qualquer processo acelerado de emagrecimento. “O rosto não cai por causa do remédio. O que muda é o volume facial após uma perda de peso brusca e isso pode ser amenizado ou tratado caso o paciente deseje”, afirma.
A retrospectiva de 2025 mostra que as canetas de emagrecimento foram acompanhadas por mitos que se espalharam mais rápido do que a informação correta. Para o médico Gabriel Almeida, o fenômeno revela como a combinação de medo, curiosidade e viralização em massa cria terreno para distorções. “As canetas não são milagrosas nem perigosas como muitos imaginaram. A verdade está no meio, funcionam bem quando usadas com acompanhamento médico e informação clara”, conclui.
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